PUBLICIDADE

Polícia

Reunião entre governo da BA e PMs em greve não chega a acordo

7 fev 2012 - 18h31
(atualizado às 18h42)
Compartilhar

Uma reunião de quase sete horas entre representantes do governo da Bahia e líderes da greve dos policiais militares do Estado terminou sem acordo na tarde desta terça-feira. A assessoria do governo, entretanto, informou ao Terra que isso não representa que não houve avanço. O governador Jaques Wagner expressou otimismo em relação às negociações, que seguem abertas.

Desde a semana passada os grevistas ocupam a Assembleia Legislativa do Estado
Desde a semana passada os grevistas ocupam a Assembleia Legislativa do Estado
Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

"Oferecemos uma proposta que é o sonho dos PMs da Bahia, a GAP (Gratificação de Atividade Policial) 4 e a GAP 5. Entre 2012 e 2015 oferecemos o atingimento das GAPs 4 e 5, que finalmente farão parte do contracheque de todos os policiais militares do Estado", disse à GloboNews o governador. Segundo ele, o impasse segue devido a um "grupo absolutamente minoritário" para quem "qualquer proposta que você faz, ele entende que é insuficiente".

Segundo Jaques Wagner, a GAP 5 traria um reajuste da ordem de 35% para os profissionais. "Foi levada à mesa e, estranhamente, depois de muitas horas, eles voltaram a uma pauta inicial. E reparem: nem querem falar da GAP 5 e querem a GAP 4 agora em março, o que não é comportado pelo orçamento do Estado", afirmou o petista à emissora, garantindo que a "proposta é concreta e significativa". "Vamos ver o desenrolar de hoje até amanhã. Tenho certeza de que essa proposta será acolhida no seio da corporação."

O chefe do Executivo baiano reiterou que não haverá anistia a militares acusados de atos de vandalismo. "As prisões são determinação do Poder Judiciário aceitando denúncia feita pelo Ministério Público sobre alguns - absoluta minoria - que estavam praticando atos de vandalismo, queima de ônibus escolar, ameaças, cortes com facas dos pneus dos carros da Polícia Militar... Eu queria separar - e já disse nas redes estaduais e nacionais - que aqueles que participaram pacificamente do movimento reivindicatório não têm com que se preocupar", afirmou, sustentando que não haverá "salvo-conduto para aqueles que estão confundindo direito de reivindicar com o de afrontar o Estado de Direito e a população".

A greve

A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência em Salvador e região metropolitana. O número de homicídios dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado. A ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.

Em todo o Estado, eventos e shows foram cancelados. A volta às aulas de estudantes de escolas públicas e particulares, que estava marcada para 6 de fevereiro, foi prejudicada. Apenas os alunos da rede pública estadual iniciaram o ano letivo.

Para reforçar a segurança, a Bahia solicitou o apoio do governo federal. Cerca de três mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. As tropas ocupam bairros da capital e monitoram portos e aeroportos.

Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) suspenda o movimento. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos.

A categoria reivindica a criação de um plano de carreira, pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade