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Polícia

Exército descarta invadir Assembleia da BA para retirar PMs

6 fev 2012 - 22h04
(atualizado às 22h19)
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O chefe da comunicação do Exército, tenente-coronel Márcio Cunha, negou nesta segunda-feira que a Assembleia Legislativa da Bahia, ocupada por policiais militares em greve, possa ser invadida. "Não haverá invasão. O nosso objetivo já foi cumprido, que é isolar o prédio para que ocorra a negociação. Enquanto isso, há uma equipe da Secretaria de Segurança Pública lá dentro, conversando (com os grevistas)", afirmou.

Iniciada na noite de 31 de janeiro, a greve de aproximadamente 10 mil PMs da Bahia, um terço do contingente, provocou uma onda de violência em Salvador e região metropolitana. Em seis dias de greve foram registrados 95 homicídios, além de saques e arrombamentos. Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana decretou a ilegalidade do movimento e determinou sua suspensão. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos, e um deles foi cumprido.

Desde o primeiro dia de paralisação, a Assembleia está ocupada pelos grevistas. Até agora, ninguém sabe o número exato de grevistas no interior do prédio. Mas existem informações sobre a presença de parentes entre os amotinados, inclusive mulheres e crianças. De acordo com representantes de entidades de defesa de crianças e adolescentes, cerca de 150 crianças estão junto com os parentes. Na tarde de hoje, a juíza Mônica Barroso emitiu decisão judicial ordenando a retirada das crianças do interior da Assembleia Legislativa.

Hoje, ocorreram dois tumultos em frente à Assembleia, quando os parentes dos amotinados reagiram à colocação de tapumes em torno do prédio. Isso fez com que os militares não prosseguissem com o isolamento do local. Houve também o disparo acidental de uma bomba de gás lacrimogênio, segundo o Exército.

Em várias regiões de Salvador, a greve dos PMs e a presença de tropas das Forças Armadas e da Guarda Nacional mudaram a rotina dos moradores e comerciantes. Na comunidade de Pau Lima, na periferia da cidade, uma moradora, que não quis se identificar por questões de segurança, disse à Agência Brasil que muita gente do local prefere ficar em casa até que a situação se normalize.

No bairro da Pituba, na região praiana, grande parte do comércio manteve as portas fechadas e as lojas que abriram só funcionaram até as 16h, permitindo que os empregados saíssem mais cedo. Os comerciantes temem que seus estabelecimentos sejam saqueados.

Também nesta segunda-feira a avenida Paralela, uma das principais vias da cidade, foi bloqueada por desconhecidos, que renderam motoristas de ônibus e obrigaram-nos a abandonar os veículos atravessados na pista. A ação tumultuou o trânsito na capital baiana. Esses bloqueios têm ocorrido em outras vias de Salvador e duram em média uma hora.

Agência Brasil Agência Brasil
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