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Polícia

BA: vai a 95 o número de homicídios desde início da greve da PM

6 fev 2012 - 08h01
(atualizado às 19h03)
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Subiu para 95 o número de homicídios registrados pela Superintendência de Telecomunicações das Polícias (Stelecom) durante a greve dos policiais militares, que começou no último dia 31. Nesta segunda-feira, seis pessoas foram assassinadas em Salvador e região metropolitana.

Policiais em greve ocupam a Assembleia Legislativa em Salvador
Policiais em greve ocupam a Assembleia Legislativa em Salvador
Foto: Raul Spinassé / Agência A Tarde

Por volta das 15h30, o funcionário de uma Pet Shop foi morto dentro do estabelecimento, no bairro do Costa Azul, segundo informações da 39ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM). Pela manhã, dois homens foram mortos nos bairros de Pau da Lima e Coqueiro Grande. Outros três crimes aconteceram no mesmo local, na rua do Índio, em Camaçari, sendo que Luís Cláudio dos Santos Cerqueira, 25 anos, e outro homem não identificado foram mortos à 1h45. Fábio Monteiro Leite, 29 anos, foi assassinado às 4h49.

O número de assassinatos contabilizados durante a greve da PM soma mais da metade dos 175 homicídios registrados em todo mês de fevereiro de 2011. A Stelecom também contabiliza 235 veículos roubados entre 31 de janeiro e hoje, contra 346 em fevereiro de 2011.

A greve

A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência em Salvador e região metropolitana. O número de homicídios dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado. A ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.

Em todo o Estado, eventos e shows foram cancelados. A volta às aulas de estudantes de escolas públicas e particulares, que estava marcada para 6 de fevereiro, foi prejudicada. Apenas os alunos da rede pública estadual iniciaram o ano letivo. As instituições particulares decidiram adiar o retorno dos estudantes.

Para reforçar a segurança, a Bahia solicitou o apoio do governo federal. Cerca de três mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. As tropas ocupam bairros da capital e monitoram portos e aeroportos.

Os PMs amotinados estão acampados no prédio da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), na avenida Paralela, em Salvador. O presidente da AL, deputado Marcelo Nilo (PSDB), solicitou apoio ao general da 6ª Região, Gonçalves Dias, comandante das forças de segurança que estão atuando na Bahia, para a retirada dos grevistas do edifício, que chegou a ser cercado por 600 homens do Exército e teve as luzes desligadas.

Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), que comanda o movimento, suspenda a greve. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos. Cerca de 40 homens do Comando de Operações Táticas, a tropa de elite da Polícia Federal (PF), foram destacados para cumprir as decisões judiciais.

A categoria reivindica a criação de um plano de carreira, pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.

Com informações da Agência A Tarde

Fonte: Terra
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