PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

Polícia

Passam de 80 os mortos desde início da greve da PM em Salvador

5 fev 2012 - 10h57
(atualizado às 22h15)
Compartilhar

Treze mortes foram registradas desde o início da madrugada deste domingo em Salvador e região metropolitana, o que faz subir para 86 o total de óbitos regitrados pela Secretaria de Segurança Pública baiana (SSP-BA) desde o dia seguinte ao anúncio da greve de policiais militares na capital deste Estado, na última terça-feira, 31 de janeiro.

Seis mortes foram registradas desde o início da madrugada deste domingo em Salvador e região metropolitana
Seis mortes foram registradas desde o início da madrugada deste domingo em Salvador e região metropolitana
Foto: Lúcio Távora / Agência A Tarde

Até a noite deste domingo, haviam sido registrados 86 homicídios, 226 furtos a veículos e 28 roubos a coletivos em Salvador e região metropolitana, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP). Os números, em seis dias de paralisação, já se aproximam ao contabilizado durante todo o mês de fevereiro do ano passado, quando houve 172 homicídios e 346 furtos de veículos na região.

Salvador viveu o pico da onda de violência na sexta-feira, quando 32 pessoas foram mortas e 72 carros foram roubados. A escalada dos óbitos, junto com a série de saques e roubos que fechou o comércio e disseminou um ambiente de insegurança generalizada na cidade, arrefeceu com a chegada de contingentes adicionais de segurana enviados pelo Exércio e pela Guarda Nacional, mas no sábado o número de mortes ainda foi expressivo: 17, ainda maior que o total registrado na quinta-feira.

De acordo com os dados disponibilizados na SSP, não há regiões que concentrem de modo desproporcional as vítimas fatais. A região que registrou o maior número de mortes (sete) é Simões Filho, município da região metropolitana de Salvador. Outro dado significativo é a grande quantidade de mortos que não foram ainda identificados: são 42, quase a metade do total de vítimas fatais.

No sábado, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), fez duras críticas aos policiais ligados à paralisação e negou o pedido de anistia aos envolvidos. "É uma tentativa de guerra psicológica. Coloca o povo a sofrer, mas não tenho dúvida de afirmar que parte disso é cometido por ordem dos criminosos que se intitulam líderes do movimento", declarou.

As palavras de Wagner seguiram as do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que foi a Salvador acompanhar a ação do efetivo de segurança federal. "A nossa compreensão é que o nome dessa polícia e das ações de segurança, o nome desse Estado não pode ser atingido por um grupo de pessoas que imagina que as suas reinvindicações corporativas possam fazer valer qualquer tipo de ação, possam fazer valer a prática de crimes, abusos de todas as naturezas. Isso é inaceitável em um estado de direito", disse. Cardozo também solicitou vagas em presídios federais aos PMs infratores.

Além das mortes e da onda de saques, a greve prejudica a programação cultural de Salvador, que teve uma série de shows e ensaios cancelados. O andamento normal do ano letivo escolar também está ameaçado: o contingente extra de policiamento federal ajudará nas escolas públicas, ao passo que as escolas privadas poderão atrasar o retorno às aulas até que a greve seja finalizada.

Os policiais reivindicam a criação de um plano de carreira, melhores condições de trabalho e a regulamentação do pagamento de um auxílio acidente. A greve foi declarada ilegal pela Justiça da Bahia e não é reconhecida pelo comando geral da Polícia Militar estadual. Os grevistas estão coordenados em torno da Associação de Policiais e Bombeiros do Estado (Aspra).

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade