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Polícia

BA: secretário diz que não negocia com 10 mil PMs em greve

3 fev 2012 - 11h43
(atualizado às 11h53)
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O secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, voltou a afirmar na manhã desta sexta-feira que não vai dialogar com os policiais militares em greve, que já somam 10 mil, de acordo com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro. O número representa um terço do efetivo da corporação.

Policiais militares grevistas estão concentrados na frente da Assembleia Legislativa da Bahia
Policiais militares grevistas estão concentrados na frente da Assembleia Legislativa da Bahia
Foto: Raul Spinasse / Agência A Tarde

"Não vamos negociar com quem quer criar clima de terror. Não podemos aceitar que policiais encapuzados e armados façam o que estão fazendo", disse o secretário em entrevista a uma emissora de televisão. Ele se reúne na manhã de hoje com representantes de associações de PMs para discutir a greve, iniciada na terça-feira e liderada pela Associação dos Policiais, Bombeiros e seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra-BA).

Questionado sobre as condições para que a população possa sair às ruas, Barbosa foi cauteloso. "A situação é sensível e não podemos desconsiderar isso. Mas vamos restabelecer essa sensação de segurança o mais rápido possível", disse.

O secretário também explicou que ainda não está definida como será a ajuda da Força Nacional de Segurança. "Vamos sentar às 14h para decidir as formas de atuação deles", disse. Os homens da Força Nacional desembarcaram na noite desta quinta-feira em Salvador.

Na manhã de ontem, a Justiça concedeu uma liminar ao governo do Estado que decreta a ilegalidade da greve dos policiais militares da Bahia. A decisão deve ser cumprida de imediato, sob pena de multa de R$ 80 mil, por cada dia de paralisação.

Manhã tranquila

A sexta-feira amanheceu com clima de tranquilidade em Salvador após uma quinta de insegurança com arrastões, comércio fechando mais cedo e população apreensiva. Durante a manhã, soteropolitanos tentaram manter a rotina e seguiram para o trabalho, deixando os pontos de ônibus cheios. Os coletivos circulam normalmente, de acordo com agentes da Transalvador, e o trânsito está fluindo.

A vendedora de mingau Eliene Alves, 50 anos, saiu de casa às 5h para trabalhar no ponto de ônibus na avenida Paralela, na altura da Grande Bahia. "Não vi, nem ouvi falar de nenhuma situação de arrastão. Para mim, o fluxo de pessoas no ponto está normal para dias comuns", disse.

Na Assembleia Legislativa da Bahia, onde os policiais grevistas estão acampados, o clima também é de tranquilidade. Três viaturas da Polícia Militar (PM) impedem o acesso ao pátio onde os policiais e suas famílias estão acampados.

Na manhã desta sexta-feira, os agentes da 37ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) se concentraram na unidade depois de receberem ameaças de que a CIPM seria invadida. De acordo com as denúncias, criminosos tentariam roubar o armamento guardado no local. Por medida de segurança, os PMs decidiram reforçar a segurança na unidade e suspenderam o policiamento nas ruas do bairro Liberdade. Viaturas só estão saindo em caso de emergência.

Durante a madrugada, cinco lojas foram arrombadas e saqueadas no bairro. Segundo policiais da 37ª CIPM, a ação aconteceu em unidades da Casas Bahia, Insinuante, Laser Eletro, além de um mercado e de uma sapataria.

A greve também atinge o interior do Estado. Os rodoviários pararam o transporte público de Feira de Santana nesta sexta-feira por conta da onda de insegurança que assusta a população da cidade desde esta quinta. O comércio do município também amanheceu fechado. As poucas lojas que estão funcionando mantêm apenas uma porta aberta. Em Itabuna, o comércio está parcialmente fechado.

Fonte: Agência A Tarde
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