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Novo ministro das Cidades rebate denúncias antes de posse

2 fev 2012 - 18h59
(atualizado às 22h16)
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Diogo Alcântara
Direto de Brasília

Escolhido da presidente Dilma Rousseff (PT) para suceder Mário Negromonte (PP) à frente do Ministério das Cidades, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) rebateu denúncias que envolvem sua vida política antes mesmo da sua posse, marcada para segunda-feira. Ao sair de audiência com a presidente, Ribeiro falou sobre o volume de R$ 780 mil em emendas parlamentares destinadas por ele ao município de Campina Grande (PB), onde sua irmã, Daniella Ribeiro concorre à prefeitura.

Ribeiro destinou R$ 780 mil em emendas a Campina Grande (PB), onde sua irmã concorre à prefeitura
Ribeiro destinou R$ 780 mil em emendas a Campina Grande (PB), onde sua irmã concorre à prefeitura
Foto: José Cruz / Agência Brasil

"Isso não tem o menor fundamento. Eu sou um parlamentar. A prerrogativa do parlamentar é colocar suas emendas para o seu Estado. Eu sou parlamentar. Isso está se colocando no Orçamento para ser executado ainda neste ano", disse o novo ministro, referindo-se ao direito que os parlamentares têm de levar recursos a projetos de seus redutos eleitorais.

Ribeiro comentou processo a que respondeu na Justiça. Um deles se trata de uma ação por improbidade administrativa, quando ele foi secretário de Agricultura do governo da Paraíba. Segundo o processo, foram encontradas supostas irregularidades ao dispensar convênio da secretaria por ele comandada com o governo federal, além de compra de equipamentos com recursos previstos para combate de febre aftosa.

"Esse assunto já está vencido. Já estava julgado pelo próprio TCU (Tribunal de Contas da União), pelo próprio TRF (Tribunal Regional Federal), esse é um assunto vencido recorrente. Os próprios canais da Justiça e de contas já haviam se manifestado", disse

"Cristão novo" na política nacional, Aguinaldo descarta eventual fogo amigo de setores insatisfeitos do seu partido. Ele está em seu primeiro mandato como deputado federal.

Outra denúncia que envolve a família do novo ministro é sobre seu avô, o ex-deputado Aguinaldo Veloso Borges. Em dois livros lançados pelo governo federal, ele é apontado como mandante do assassinato do fundador da Liga Camponesa de Sapé (PB), João Pedro Teixeira. Ribeiro se esquivou. "Eu nasci em 69. Sou de 1969" - isto é, sete anos depois do crime, que aconteceu em 1962.

Novos desafios

O novato da Esplanada terá como tarefa coordenar uma das pastas com mais projetos no programa que é carro-chefe do governo federal, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Aguinaldo Ribeiro disse que aceitou o convite para o cargo "com muita honra". Ele disse que a presidente pediu empenho e dedicação no comando do ministério das Cidades. "Sabemos que o desafio é grande", disse Ribeiro.

O novo ministro disse que ainda não pensou em formação de equipe na pasta. Ele não confirmou, mas também não descartou, que a atual secretária de Habitação do ministério, Inês Magalhães, seja promovida a secretária-executiva, segundo cargo mais alto na hierarquia de um ministério.

"Não fizemos avaliação de nada ainda. Essa foi a conversa com a nossa presidente. Nós, a partir de agora, que vamos pensar nisso. As referências que temos da secretária Inês Magalhães são muito boas, mas isso não queria falar nesse instante, é muito precoce para falar sobre isso nesse momento", disse, logo após deixar o gabinete presidencial, no Palácio do Planalto.

Troca-troca nos ministérios

O governo de Dilma Rousseff vem enfrentando sucessivas quedas de ministros desde os primeiros seis meses do mandato da presidente, sendo que sete deixaram os cargos por supostas irregularidades. O primeiro a cair foi Antonio Palocci (PT), ex-ministro da Casa Civil, no dia 7 de junho de 2011, após denúncias de que seu patrimônio teria aumentado 20 vezes em quatro anos, sob suspeita de tráfico de influência. Cerca de um mês depois, Alfredo Nascimento (PR) deixou o Ministério dos Transportes, após a descoberta de um suposto "mensalão" que seu partido teria montado dentro da pasta.

Nelson Jobim (PMDB) deixou o Ministério da Defesa, no dia 4 de agosto, depois de criticar publicamente colegas do primeiro escalão. No mesmo mês, Wagner Rossi (PMDB) pediu demissão do Ministério de Agricultura, enfraquecido por suspeitas de ligações com um lobista. Em setembro de 2011, Pedro Novais (PMDB) entregou seu cargo no Ministério do Turismo, após denúncias de que teria usado recursos públicos para pagar empregados de sua família.

No dia 26 de outubro, o então ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), deixou o cargo depois que a imprensa noticiou supostas fraudes em contratos entre a pasta e organizações não-governamentais (ONGs). A suspeita de irregularidades envolvendo ONGs também foi motivo da queda do ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), em dezembro de 2011. No dia 2 de fevereiro de 2012, foi a vez do ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), desgastado por denúncia de que uma diretora da pasta teria adulterado um parecer técnico, superfaturando uma obra de mobilidade em R$ 700 milhões.

Fonte: Terra
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