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Pinheirinho: ex-moradores ocupam casas abandonadas em área de risco

28 jan 2012 - 01h03
(atualizado às 01h05)
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Treze famílias ocupavam até a manhã dessa sexta-feira uma área de risco no bairro do Rio Comprido, em São José dos Campos (SP). Parte delas vieram do Pinheirinho, de onde foram retiradas pela ação de reintegração de posse cumprida pela Polícia Militar, no último domingo.

O bairro do Rio Comprido tem áreas sujeitas a deslizamentos, consideradas de risco pela Defesa Civil. No ano passado, os moradores foram removidos do local e transferidos para conjuntos habitacionais de prefeitura. Segundo cronograma do município, as casas condenadas seriam demolidas nas próximas semanas.

Ciça França Santos, ex-moradora do Pinheirinho, ocupou na última semana uma dessas moradias condenadas. A casa não tem portas, janelas e nem eletricidade. Ela disse que não teve outra opção, depois que foi desalojada do Pinheirinho.

"Fomos para a igreja passar a noite. Lá era muita gente, não dava para ficar. Ou a gente ia ficar nesse cantinho a casa condenada no Rio Comprido ou em qualquer pé de muro que achasse", declarou.

José Emídio, outro ex-morador do Pinheirinho, que também procurou abrigo no Rio Comprido, lamentou o fato de ter largado os pertences durante a desocupação, entre eles o material de trabalho. "Não tinha outra solução. Deixei no Pinheirinho dois guarda-roupas grandes, uma geladeira, fogão de quatro bocas e bastante ferramentas. Muitas coisas ficaram abandonadas lá", disse.

De acordo com a prefeitura de São José dos Campos, assistentes sociais estão contatando as famílias que ocuparam as casas condenadas na área de risco do Rio Comprido. Elas poderão receber um aluguel social, anunciado ontem pelo governo do Estado e pelo município, caso voltem para os abrigos.

"Provavelmente essas famílias não tinham informação que teriam uma mão amiga, um abrigamento. Você vai ter um aluguel social para poder ter uma moradia digna enquanto a habitação não ficar pronta", declarou o prefeito Eduardo Cury ao saber quinta-feira da ocupação da área de risco. "Elas estão correndo o risco de vida porque essas casas já foram condenadas pela Defesa Civil. (Com o aluguel social) não há necessidade nenhuma de permanecer lá", completou.

Quinta-feira, o governo do Estado de São Paulo e a prefeitura de São José dos Campos assinaram um convênio para o pagamento de uma bolsa aluguel de R$ 500 por mês para 1,3 mil famílias que ocupavam o local conhecido como Pinheirinho. Até o momento, a prefeitura cadastrou 1,1 mil famílias.

Segundo o município, o pagamento começará a ser feito na próxima semana.Além da bolsa aluguel, o governo do Estado anunciou, em parceria com a prefeitura e com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) de São Paulo, a construção imediata de 1,1 mil novas moradias sociais na cidade. A prioridade será para famílias com menor renda, independentemente de serem ex-moradores do Pinheirinho.

Grupo de moradores da comunidade Pinheirinho, ocupada em São José dos Campos, interior de SP, fez uma manifestação nesta sexta-feira contra a ordem de reintegração de posse
Grupo de moradores da comunidade Pinheirinho, ocupada em São José dos Campos, interior de SP, fez uma manifestação nesta sexta-feira contra a ordem de reintegração de posse
Foto: Mário Ângelo / Futura Press
Agência Brasil Agência Brasil
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