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Polícia

Gilberto Carvalho: Dilma considerou barbárie ação no Pinheirinho

27 jan 2012 - 18h39
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O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, confirmou nesta sexta-feira que a presidente Dilma Rousseff avaliou como barbárie a operação militar de desocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP).

"Sim, é verdade. É uma questão de método que se utiliza quando há um problema. Ou você parte para o método democrático de ouvir e resolver no diálogo ou vai para o enfrentamento armado sem levar em conta a necessidade de respeitar a dignidade daquelas pessoas", disse, ao participar do Fórum Social Temático (FST) 2012.

Carvalho disse que o Ministério das Cidades, há anos, vem propondo ao governo de São José dos Campos uma alternativa para a situação, mas que, "infelizmente", o diálogo não foi levado até o final e a operação militar "deu no que deu".

"Aquelas famílias são famílias pobres, carentes e precisam ser tratadas com a mesma dignidade com que eu trato aqueles que ocupam terras do Estado sem terem sido removidos", ressaltou.

Sobre a acusação feita pelo PSDB de que o assunto foi transformado em questão eleitoral, o ministro disse lamentar que o partido esteja tentando alterar o que aconteceu. "Não há politização ou questão eleitoral no caso. O que há é a necessidade da denúncia de um método que é equivocado", disse. "O governo federal, ao contrário do que se diz, procurou fugir de qualquer característica de disputa eleitoral. Temos um respeito pelo governo do Estado de São Paulo, uma boa relação. O governo federal pontuou a diferença de método e se ofereceu para ajudar na solução do problema. Agora, mais do que nunca, o que importa é a resolução do problema daquelas famílias."

O caso

A área do Pinheirinho, que possui cerca de 1,3 milhão de m², foi ocupada em 2004. De acordo com um cadastramento do município de agosto de 2010, cerca de 1,6 mil famílias moravam no local. O acampamento foi erguido sobre uma área que, segundo a prefeitura, pertence à massa falida da empresa Selecta, do grupo do empresário Naji Nahas. Há cerca de dez dias, os moradores chegaram a organizar uma "tropa de choque" com armas e escudos improvisados como forma de protesto contra a decisão da reintegração de posse.

Ao longo desse tempo, uma batalha de decisões e liminares entre as Justiças estadual e federal decidiram o destino dos habitantes do Pinheirinho, que começaram a ser retirados de suas casas no domingo sob protestos. Durante o cumprimento da ação de despejo, ao menos uma pessoa ficou ferida com gravidade e foi encaminhada ao hospital municipal, e pelo menos 30 pessoas foram detidas.

Na terça-feira, o governador Geraldo Alckmin anunciou que o Estado proverá um aluguel social de até R$ 500 às famílias desalojadas na desocupação do terreno. Segundo o tucano, o valor será repassado à prefeitura, e os beneficiados receberão o auxílio até que fiquem prontas suas unidades habitacionais em programas de governo. Além disso, o governo também prometeu a construção de 5 mil moradias na região nos próximos anos.

Agência Brasil Agência Brasil
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