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Polícia

Brasil e Europa recebem 60% da cocaína boliviana, diz diplomata

6 jan 2012 - 16h08
(atualizado às 19h04)
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Quase dois terços da cocaína de procedência boliviana vai para o Brasil e depois para a Europa, afirmou nesta sexta-feira o primeiro secretário da embaixada brasileira em La Paz, Murilo Vieira Komnisky.

"Hoje em dia, 60% da droga da Bolívia vão para o Brasil, 20% vão para a Argentina e 20% para o Chile. São estimativas. Quarenta por cento (dos 60%) da droga boliviana fica no Brasil, e o restante vai para a Europa", afirmou Vieira, principal responsável da área de segurança da representação.

Ele explicou que os dados se baseiam nos percentuais de apreensões que o Brasil faz e da troca de informações entre os países da região. Vieira explicou que o Brasil lida com os mesmos dados das Nações Unidas, segundo os quais a Bolívia tem capacidade para fabricar 115 t de droga ao ano, ao que se deve somar o entorpecente de origem peruana que usa o território boliviano como ponte.

Bolívia e Peru, ao lado da Colômbia, são os principais produtores mundiais de cocaína e cultivadores de folha de coca, sua matéria-prima. Segundo o governo boliviano, as apreensões anuais da droga, um dado para estimar o volume de entorpecente que circula, beiram as 30 t, embora as autoridades afirmem que 50% procedem do Peru. Calcula-se que só se consiga apreender 15% do que se produz.

O diplomata esclareceu que não é possível detalhar a quantidade exata de droga boliviana e peruana que chega. "Estamos falando de estimativas, porque não há dados concretos; o narcotráfico é como a água que se move, que busca por onde sair", comparou o funcionário da embaixada.

"É um tema que nos preocupa e estamos atentos para aprofundar a cooperação (antidrogas) com a Bolívia", afirmou o diplomata, segundo o qual "houve uma alta no nível de consumo de droga no Brasil nos últimos 8 ou 10 anos" que gerou, no período, "900 mil consumidores". Desde o ano passado, o Brasil faz parte de um acordo ainda não negociado com a Bolívia e os Estados Unidos para monitorar a erradicação de cocais, um trabalho central no combate ao narcotráfico.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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