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Polícia

Garantir segurança da casa no fim de ano inclui redes sociais

1 jan 2012 - 19h17
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Ricardo Santos
Direto de São Paulo

Não basta apenas trancar a porta e fechar a janela. Quem aproveita o verão para viajar e deixa a casa sozinha por alguns dias tem que tomar mais algumas medidas de segurança se não quiser ter uma desagradável surpresa na volta, alerta o capitão Sérgio Marques, porta-voz da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Com as férias, os bandidos sabem que muitas residências ficam sem habitantes e aproveitam o momento de festas para atacar.

"O marginal procura os caminhos mais fáceis para agir, nesse caso, furtar uma casa vazia", diz Marques. Por isso, o primeiro passo é não deixar a casa com aparência de abandonada. A velha tática de deixar uma luz ligada o tempo todo pode ter efeito contrário, avisa o capitão; se o bandido vir a lâmpada acesa de dia, vai saber que a casa está vazia. Se não tiver um timer que a programe para acender e apagar à noite, é melhor desligar. Para evitar sinais de ausência, é importante também suspender ou transferir a entrega de jornais, além de pedir a um vizinho ou parente para recolher a correspondência ou varrer a frente da casa de vez em quando.

"A boa relação com os vizinhos é um princípio da polícia comunitária", diz Marques. "Nada de deixar a chave debaixo do tapete ou no vaso de plantas; entregue nas mãos de alguém de confiança", recomenda. Se não deixar a chave, afirma o capitão, é aconselhável passar ao menos um telefone de contato em caso de emergência.

Além de desligar a chave geral de energia, o registro de água e de gás, Marques lembra que o cidadão deve ter cuidado com as mídias sociais. "A pessoa escreve lá no Facebook: 'vou viajar para Ubatuba por 15 dias com toda a família', e há alguns dias pôs o endereço de casa convidando todo mundo pra uma festa. É pedir pra ser assaltada, né?"

Medidas de segurança

Comportamentos preventivos são apenas um recurso, diz o diretor de operações no RS e PR da empresa de segurança Rudder, coronel Murilo Batista França. Para ele, a pessoa deve fazer uma "corrente de proteção", aliando o cuidado com outros métodos e equipamentos que protejam sua casa.

"A corrente de proteção será tão forte quanto seu elo mais fraco. O bandido procura oportunidades de ação, e devemos tomar cuidado para não dar isso a ele", diz França. Câmeras de segurança, exemplifica, funcionam algumas vezes, mas o bandido profissional não se preocupa muito com a gravação, principalmente se tem passagem pela polícia.

Um cachorro em frente de casa ajuda, afirma o coronel. "Adestrado para a proteção, o cão é melhor do que nós. Mesmo dormindo, ele está alerta. Claro que deve haver uma cerca, água e comida." Alarmes podem ser úteis para espantar alguns invasores que, segundo França, são como felinos: "quando o gato tem dúvida, ele foge, ele não enfrenta". No entanto, alerta, outros criminosos, mesmo que o alarme dispare, podem voltar mais tarde.

Outra opção é contratar um vigia particular, mas antes de tudo é necessário checar se a empresa é cadastrada na Polícia Federal, afirma o capitão Sérgio Marques. "Se não for, nem pensar! Pode ser o 'olheiro' de alguma quadrilha." Em sua opinião, a presença física de um vigilante pode inibir, mas um sistema de monitoramento também é eficiente.

Reforçar a tranca das janelas e portas com um pedaço de madeira, diz Marques, ou uma grade interna são bons complementos. "Janelas de vidro e vidraças também devem ser cobertas com cortina ou panos para ninguém ver o interior da casa vazio." E se for colocar um cadeado ou tranca na parte externa da casa, acrescenta ele, tentar ser discreto e fechar por dentro.

Segurança na praia

O grande número turistas no litoral, a descontração das festas de fim de ano e o calor do verão que convida a deixar as janelas abertas são grandes chances para "vigaristas", diz o porta-voz da Polícia Militar. Por causa disso, todo verão a PM desloca 1,6 mil homens para o litoral na esperança de reduzir os índices de criminalidade. Mas além da ação policial, diz o capitão Sérgio Marques, o comportamento dos praieiros pode reduzir as chances ou pelo menos os prejuízos de furtos e roubos.

"Quando a pessoa for na praia, é interessante levar apenas o básico: camiseta, um pequeno valor em dinheiro, um documento, não muito mais. A gente observa gente com cordão de ouro, joias, notebook... Não há necessidade." Outra dica do oficial é não guardar grandes valores em espécie consigo ou na residência. "Saque o dinheiro em um banco, não fique levando grandes quantias. E use cartão, porque se ele for subtraído, é possível cancelar", alerta.

Quem aluga um imóvel na praia deve verificar antes como é a região, se é tranquila, se é isolada demais, e tomar cuidado ao deixar janelas ou portas abertas, diz o capitão. Para aqueles que gostam de fazer caminhadas ou corridas, ele recomenda evitar matas fechadas, lugares remotos ou muito escuros. "Cuidado também ao correr à noite, e principalmente com fone de ouvido, porque o bandido sabe que a pessoa está distraída", afirma.

Ao entrar em casa à noite, "sempre verificar a presença de pessoas estranhas", recomenda Marques. "E tenha a chave de casa à mão, não deixe para procurar quando estiver na porta. São alguns segundos que podem fazer diferença."

Se tudo isso não for suficiente e a pessoa ainda sofrer um assalto, jamais reagir, afirma o capitão. "Não olhe direto nos olhos do bandido, ele pode se sentir ameaçado. E registre um boletim de ocorrência, porque é neles que se baseia o policiamento ostensivo", diz.

Fonte: Terra
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