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Chuva abre cratera e prédio corre risco de desabar em BH

15 dez 2011 - 23h30
(atualizado às 23h46)
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Ney Rubens
Direto de Belo Horizonte

Um prédio com 42 apartamentos foi desocupado nesta quinta-feira na rua Américo Macedo, no bairro Gutierrez, região oeste de Belo Horizonte. O rompimento de uma adutora de água combinado com o excesso de chuva abriu um buraco com 7 m de profundidade e 4 m de largura. As pilastras de sustentação do muro não suportaram e cederam.

O rompimento de uma adutora de água combinado com o excesso de chuva abriu um buraco com 7 m de profundidade e 4 m de largura
O rompimento de uma adutora de água combinado com o excesso de chuva abriu um buraco com 7 m de profundidade e 4 m de largura
Foto: Ney Rubens / Agência Espacial / Especial para Terra

Segundo a Defesa Civil, há o risco de o prédio vir a desabar, já que a previsão é de que a chuva continue forte pelo menos até o domingo. O quarteirão das ruas Américo Macedo e Almirante Alexandrino foi interditado. A enxurrada inundou os apartamentos do térreo e a garagem do edifício, e a lama chegou a 1 m de altura dentro dos corredores e portaria.

Antes de deixar os apartamentos e retirar alguns pertences e móveis, os moradores tentaram retirar a lama. Um deles, o funcionário público Dário José de Oliveira, contou que teve que correr para salvar o pai, deficiente físico. "O susto foi grande, então, na hora que estourou, a primeira coisa que nós fizemos foi tirar meu pai (do apartamento). O barro entrou dentro de casa pela janela. Entrou também bastante barro aqui por debaixo da porta, que ficou aberta. Os meninos (filhos) saíram correndo, estávamos eu, meu pai e meu irmão. O meu pai é cadeirante, e o principal era tirar ele."

Oliveira disse que o buraco foi aberto em segundos. "O cano da Copasa estava ali, infiltrando ali, e de repente deu um estalo bem forte. Na hora que olhei, estourou tudo, e eu saí correndo, depois estourou o vidro da portaria e inundou todo o corredor. O primeiro andar foi todo inundado", afirmou.

Segundo a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, em 16 horas o volume de chuva que atingiu Belo Horizonte ultrapassou a metade dos 150 mm esperados para o mês inteiro. A Comdec informou que já entregou ao prefeito Márcio Lacerda (PSB) um relatório no qual solicita que seja decretada situação de emergência, para que a cidade possa realizar obras de recuperação e socorro às vítimas sem a necessidade de licitação.

Na região norte da capital mineira, cerca de 200 casas foram inundadas depois que o Córrego do Onça transbordou. A avenida Cristiano Machado, uma das principais vias de BH e que dá acesso ao Aeroporto Internacional de Confins, ficou interditada durante todo o dia. À noite, um protesto de moradores ocupou a avenida por cerca de duas horas, e os manifestantes queimaram pneus.

A prefeitura informou que foi obrigada a utilizar 134 homens na limpeza desobstrução das pistas. Foram utilizados 19 caminhões, quatro tratores retroescavadeiras, um caminhão de hidrojateamento e um caminhão pipa. Três equipes começaram o cadastramento das famílias desalojadas e desabrigadas. Foram distribuídos água potável, marmitex e água sanitária.

Desabamentos e quedas de árvores

Na rua Jacuí com a Souza Bastos, no bairro Floresta, região leste da capital mineira, um muro de arrimo de aproximadamente 30 m de comprimento por 3 m de altura caiu sobre dois carros estacionados. Não houve feridos.

Segundo o Corpo de Bombeiros, pelo menos 26 árvores caíram em 24 horas. A corporação atendeu a 24 desabamentos parciais ou totais de casas, muros e barracões; 12 de deslizamentos de encostas e barrancos; e oito de inundações. Além de Belo Horizonte, foram atendidas ocorrências em Betim, Ribeirão das Neves e Contagem, cidades da região metropolitana.

Fonte: Especial para Terra
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