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Polícia

Mapa da Violência: criminalidade cresce em municípios do interior

14 dez 2011 - 13h07
(atualizado às 13h16)
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A criminalidade continua crescendo no interior do Brasil. A pesquisa Mapa da Violência 2012, divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Sangari, aponta que os pólos da violência têm se deslocado das capitais para o interior dos Estados. De acordo com o estudo, se os índices de homicídio continuarem aumentando, em menos de uma década, as taxas do interior deverão ultrapassar as das capitais e regiões metropolitanas.

Até o ano 2000, os municípios que registraram maior crescimento nos índices eram os que superavam os 100 mil habitantes, principalmente aqueles com mais de 500 mil habitantes. Na última década, o crescimento dos homicídios centrou-se nos municípios de menor tamanho, principalmente na faixa de 20 a 50 mil habitantes.

Em 1995, as capitais e regiões metropolitanas tinham uma taxa de 40,1 homicídios em 100 mil quando no interior era de 11,7 - quase quatro vezes menor. Em 2010, o índice das capitais e regiões metropolitanas caiu para 33,6 e o do interior aumentou para 22,1.

Em 15 municípios, os índices ultrapassam a casa dos 100 homicídios em cada 100 mil habitantes - uma taxa praticamente quatro vezes maior que a já elevada média nacional de 26,2 homicídios em 100 mil habitantes. Segundo o estudo, as cidades de Simões Filho (BA), Campina Grande (PB), Marabá (PA), Guaíra (PR) e Porto Seguro (BA) ocupam as primeiras posições do ranking.

O aumento da violência no interior, segundo o estudo, é resultado da estagnação econômica nas grandes capitais e regiões metropolitanas, dos investimentos na segurança e a consequente melhoria da eficiência repressiva nos grandes centros e o surgimento de novos polos de crescimento no interior de diversos Estados.

O relatório também destaca que 2.232 dos 5.565 municípios existentes no País em 2010 não registraram homicídio. Entre 2008 e 2010, não houve ocorrência de homicídios em 1.098 municípios, isto é, 19,7% do total.

De acordo com o estudo, a interiorização da violência demonstra a falta de políticas específicas para combater a criminalidade em municípios de médio e pequeno porte. "Consideramos que, para enfrentar as novas modalidades da violência homicida no País, são necessárias políticas públicas em condições de dar conta das recentes reformulações e deslocamentos."

Agência Brasil Agência Brasil
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