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Polícia

Operação prende oito suspeitos de sonegar R$ 150 mi em impostos

14 dez 2011 - 10h43
(atualizado às 16h02)
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Joyce Carvalho
Direto de Curitiba

Empresas que tinham uma grande representatividade no setor de indústria e comércio de material gráfico em Curitiba e região metropolitana são suspeitas de desviar R$ 113 milhões dos cofres do Paraná com o não recolhimento do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos últimos cinco anos. Uma quadrilha criava estas empresas e posteriormente as fechava sem o recolhimento de impostos estaduais e federais. Calcula-se que outros R$ 40 milhões possam não ter sido recolhidos para a Receita Federal.

O promotor José Geraldo Gonçalves comenta os detalhes da operação
O promotor José Geraldo Gonçalves comenta os detalhes da operação
Foto: Joyce Carvalho / Especial para Terra

Integrantes da quadrilha foram presos nesta quarta-feira na Operação Papel, deflagrada pelo Ministério Público do Paraná em conjunto com a Receita Federal, Receita Estadual e a Secretaria de Estado de Segurança Pública. Até o momento, foram presas oito pessoas que fariam parte do esquema, além de outras duas por porte ilegal de armas. Os presos em Curitiba e Região Metropolitana foram levados para a sede do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

A Justiça expediu 12 mandados de prisão, sendo 11 no Paraná e um em Santa Catarina. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Paraná, em Santa Catarina, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

De acordo com o promotor José Geraldo Gonçalves, da promotoria de Combate aos Crimes contra a Ordem Tributária de Curitiba, as investigações começaram há cerca de dois anos. Foram identificadas 79 empresas movimentadas pela quadrilha e 212 pessoas com ligações ao suposto mentor do esquema, chamado de Paulo Roberto de Carvalho, que foi preso hoje em Curitiba. Ele tem origem no setor gráfico. Entre os suspeitos estão familiares dele e contadores.

O Ministério Público informou que as empresas eram abertas em nomes de "laranjas", que podiam ou não ter conhecimento sobre o esquema. Mas o promotor já detectou algumas pessoas que tiveram seus documentos extraviados e que não possuem nem mesmo conhecimento para atuar nesta área. A empresa funcionava por meio de procurações e depois era fechada sem o recolhimento dos impostos. O Estado não conseguia executar as dívidas. Quando o "laranja" era identificado, ele não tinha condições de quitar as dívidas.

"A partir de agora vamos verificar a extensão e a profundidade do esquema, com os documentos apreendidos em residências, escritórios de contabilidade e empresas", explica Gonçalves. Segundo o promotor, até o momento, tudo o que está sendo conseguido com a Operação Papel vem confirmando o que indicava as investigações.

O núcleo central da quadrilha era a região metropolitana de Curitiba, mas havia expansão do "negócio" em Londrina, no interior do Estado, e no Rio de Janeiro. Algumas pessoas envolvidas no crime moram hoje em São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Por isto houve cumprimento de mandados de busca e apreensão nestes locais.

Setenta pessoas foram notificadas pelo Ministério Público, escolhidas aleatoriamente entre as 212 identificadas nas negociações, para prestar esclarecimentos. A maioria está sendo ouvida em Curitiba.

Fonte: Especial para Terra
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