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Política

SP: vereadores são atingidos por ovos após aumentar salários

12 dez 2011 - 22h06
(atualizado às 23h14)
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Rose Mary de Souza
Direto de Campinas

Em sessão tumultuada e que terminou antes do previsto, os vereadores de Campinas (SP) aprovaram aumento de 126% nos próprios salários nesta segunda-feira. Como reação, as pessoas que acompanhavam a votação jogaram ovos contra eles. O acréscimo vale a partir da próxima legislatura. Os vereadores passarão a receber R$ 15 mil, em vez dos atuais R$ 6,6 mil. O placar foi 28 votos a favor, 2 votos contrários e 2 ausências.

Os guardas chegaram a usar pistola de choque e algumas pessoas se jogaram no chão ao tentar fugir do odor do gás
Os guardas chegaram a usar pistola de choque e algumas pessoas se jogaram no chão ao tentar fugir do odor do gás
Foto: Denny Cesare / Futura Press

A votação durou menos de 10 minutos e nenhum vereador se manifestou. Os populares jogaram ovos, que atingiram mesas, papéis e alguns parlamentares. A sessão foi suspensa e a transmissão pela TV e internet foram cortadas. Guardas municipais fizeram um cordão de isolamento e houve correria quando se espalhou um cheiro de gás pimenta pela Casa.

Os guardas chegaram a usar pistola de choque e algumas pessoas se jogaram no chão ao tentar fugir do odor do gás. Não houve registro de feridos, mas o clima ficou muito tenso. "Este aumento é a correção de todos os anos que a Câmara deixou de dar aos vereadores desde 1994", havia justificado na semana passada o presidente da Casa, Pedro Serafim (PDT). Para contrabalancear o reajuste, ele declarou que seria feita uma proposta para reduzir a verba de gabinete de cada vereador.

O impacto do aumento salarial vai elevar o gasto anual da Câmara de R$ 2,6 milhões para R$ 5,9 milhões. Somados os novos salários com as verbas de gabinete, o custo anual para manter o Legislativo de Campinas sobe de R$ 19 milhões para R$ 22,9 milhões.

Apesar de o novo salário dos vereadores passar a valer apenas em 2013, a proposta de reajuste chega num momento em que a prefeitura enfrenta dificuldades financeiras. Para conseguir quitar os salários de dezembro e o 13º do funcionalismo, a administração teve que renegociar contratos com fornecedores e promover descontos para receber dívidas antigas do IPTU.

Fonte: Especial para Terra
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