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Política

Em carta, Pimentel pede cautela e critica 'falsas suposições'

9 dez 2011 - 21h44
(atualizado às 22h14)
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O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, divulgou nesta sexta-feira uma carta em que pede cautela com as suspeitas levantadas sobre sua atividade de consultoria antes de assumir a pasta, as quais ele classifica de "falsas suposições".

Desde o fim de semana, reportagens publicadas pelo jornal O Globo têm abordado as atividades de consultoria exercidas pelo ministro por meio da empresa P-21 entre 2009 e 2010 - após deixar o cargo de prefeito de Belo Horizonte e antes de assumir a pasta do governo Dilma. De acordo com as denúncias, Pimentel teria obtido R$ 2 milhões com serviços de consultoria no período, e uma das empresas atendidas pela P-21 teria ganho um contrato com a prefeitura de Belo Horizonte após o ministro deixar a chefia do poder executivo municipal.

Na carta divulgada hoje em seu site pessoal, o ministro rebate essas informações. "A empresa não manteve, nestes dois anos, qualquer contrato com os governos municipal, estadual ou federal", disse o ministro. "O valor líquido dos serviços prestados, é R$ 1,3 milhão, como expliquei aos jornalistas, depois de pagos os impostos e as despesas de escritório. Feitas as contas, isso corresponde, em dois anos, uma média de R$ 50 mil por mês, compatível com o que o meio empresarial paga a executivos e consultores no Brasil."

O ministro finaliza a carta pedindo cautela para que "o jogo político" não contamine o direito de livre expressão e que esse direito "não seja usado para atingir biografias respeitáveis".

Desde junho, sete ministros da gestão de Dilma Rousseff deixaram o governo, seis deles em meio a denúncias de irregularidades. O primeiro a cair foi o então ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, que foi um dos homens fortes da campanha de Dilma à Presidência. Palocci deixou o cargo em meio a suspeitas sobre o crescimento expressivo de seu patrimônio, obtido graças aos serviços de consultoria prestados por ele.

Além de Palocci, também deixaram o governo em meio a denúncias Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo), Orlando Silva (Esporte) e Carlos Lupi (Trabalho). Nelson Jobim (Defesa) deixou o cargo após publicação de entrevista em que criticava colegas de governo. Pimentel é um dos ministros mais próximos de Dilma, a quem conhece desde os tempos em que combateram juntos o regime militar.

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