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Estratégia de Defesa Nacional desenvolve indústria bélica no País

7 dez 2011 - 17h33
(atualizado às 18h15)
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Daniel Favero
Direto de Porto Alegre

Guarani, veículo blindado brasileiro, durantes a fase de testes
Guarani, veículo blindado brasileiro, durantes a fase de testes
Foto: Divulgação

A nova Estratégia de Defesa Nacional do governo para modernização e aparelhamento das Forças Armadas, pelas demandas surgidas com o pré-sal e pela necessidade de patrulhamento de fronteiras, tem desenvolvido a indústria bélica no Brasil. Para isso, as Forças Armadas já trabalham em conjunto com empresas privadas como a AEL Sistemas S.A que atua em programas como o da estação de armas UT30BR, que vai equipar o novo blindado Guarani do Exército, além de projetos de modernização de pelo menos 54 aeronaves brasileiras. Para atender essa demanda, investirá R$ 20 milhões na sua sede, em Porto Alegre (RS), para quadruplicar o tamanho da instalação, anunciou a empresa nesta quarta-feira.

A empresa tem prosperado no setor de aeroeletrônica, dobrou o faturamento nos últimos dois anos (US$ 40 milhões em 2010) e prevê um crescimento de 30% ao ano. "O acesso ao atendimento das necessidades de defesa do Brasil, a gente espera que seja aumentado em função, também, da nova Estratégia Nacional de Defesa" diz o vice-presidente de operações da AEL, Vitor Neves.

Para se ter uma ideia do investimento que o governo brasileiro tem feito e ainda fará nos próximos anos, só o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) dispõe de US$ 6 bilhões para serem aplicados em 20 anos.

Empresas como a americana Boeing, a francesa Dassault e a sueca Saab, que disputam a venda de caças para o governo brasileiro no programa F-X2, também estão nos planos de parceria da AEL. Neste ano, a empresa fundou com a Embraer a Harpia Sistemas, S/A., que é voltada para o desenvolvimento e fabricação de veículos aéreos não tripulados, os Vants. Segundo Neves, a abertura do capital com a Embraer foi motivada pelas oportunidades que a nova Estratégia de Defesa apresenta.

"No final do ano passado assinamos com o Exército para o fornecimento de 216 torretas (plataforma de armas) não tripuladas para o veículo blindado Guarani. No início deste ano, assinamos contrato com a Helibrás, para fornecer a aviônica (eletrônica de aeronaves) dos helicópteros Esquilo, que ela estava modernizando para o Exército", diz o vice-presidente.

Segundo ele, entre os projetos para modernização de equipamento das forças armadas, está a o fornecimento de sistemas para aeronave de transporte KC-390 e também trabalha com a Helibrás para o fornecimento da aviônica do helicóptero EC725,"que é uma aeronave que vai equipar as três forças, 16 unidades para cada, Aeronáutica, Exército e Marinha".

A empresa trabalha ainda no programa de desenvolvimento da aviônica de 54 aeronaves Bandeirante, C95 e P95 (versão patrulha). "O primeiro avião deve ser entregue à Aeronáutica nesta quinta-feira, com certificação do Centro Técnico Espacial (CTA) em nível de IOC (uma espécie de aprovação inicial de segurança e necessidade do software operacional do avião, mas que ainda precisam de refinamento)."

A AEL faz parte do grupo israelense Elbit Systems e atua desde o início da década de 80 no Brasil. No entanto, a empresa procura se "nacionalizar" o máximo possível. Entre seus 80 engenheiros, ao menos metade trabalhou em projetos desenvolvidos em Israel.

Fonte: Terra
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