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Deputada usa vídeos para se diferenciar na Câmara

23 nov 2011 - 16h13
(atualizado às 19h41)
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Daniel Favero

A deputada federal Romanna Remor (PMDB-SC), 36 anos, que chegou à Câmara de Deputados há pouco menos de um mês, já ganhou a fama de musa, ao lado de Manuela D´Ávila (PCdoB-RS), e aposta no uso de vídeos e interação através das redes sociais para mostrar como é o seu trabalho no Legislativo e para tirar de seus ombros o estigma que pesa sobre políticos brasileiros.

"Acho que há tanta falta de transparência do poder público, como um todo, e das pessoas públicas, pelos maus exemplos que existem. As pessoas que têm algum conceito, têm uma noção ruim, e uma grande parte nem tem conceito algum, porque veem políticos de uma forma muito distante", afirma a deputada que assumiu a vaga deixada pelo peemedebista Gean Loureiro, que deixou a Câmara para assumir a Secretaria de Governo da prefeitura de Florianópolis, no dia 8 de novembro.

Ela diz que não teme a superexposição de sua imagem com os vídeos porque "é inerente à pessoa pública" e afirma que isso permite mostrar que ela é uma pessoa normal e a aproxima do público.

"Sou mãe, dona de casa, esposa, sinto dor no pé, meu universo político é uma parte da minha vida, tenho uma rotina normal, com preocupações e anseios. Quebra um pouco essa redoma, essa aura, onde os gestores públicos são colocados, porque as pessoa enxergam como algo inatingível, inalcançável, então, a exposição tem esse aspecto positivo, e, é claro, tudo tem o seu lado negativo também. Mas para mim, o saldo faz valer a pena", diz.

Sobre a beleza, ela diz que "isso já atrapalhou muito", porque sua aparência não era a esperada de uma figura pública. "Minha aparência não era a que se espera de uma figura pública, de um político. Então havia uma resistência: 'é uma menina'. Eu me apresentava para as pessoas e, às vezes, estava estampado no rosto, era um comentário velado", disse a deputada. No entanto, para ela, quando assumiu um cargo público, como vereadora de Criciúma (SC) - onde atuava antes de assumir uma cadeira na Câmara -, essa impressão mudou.

"Nos últimos anos, o fato de ser mulher minimizou um pouco isso, porque a participação da mulher passou a ser vista de forma mais positiva, então começou a minimizar um pouco essa questão da aparência. Agora, para mim, não é mais relevante, depois que eu passei a ter um mandato, mas era algo que às vezes atrapalhava sim", diz a deputada.

Perguntada se a aparência ajuda nas urnas, ela responde que é difícil de entender a cabeça dos eleitores. "Olha, eu não sei dizer. É difícil entender a cabeça do eleitor. Para mim é irrelevante, como eu voto, como eu escolho meus candidatos."

Filiada ao DEM, desde 1999, passou para o PMDB por uma situação peculiar em seu Estado, onde, com a criação do PSD, houve um grande esvaziamento de lideranças.

DRU e dor no pé
Romanna chegou e tomou posse em meio à votação da Desvinculação de Receitas da União (DRU). "No dia da posse havia uma votação, acho que uma das mais importantes para o governo neste ano, né?" Ela postou um vídeo sobre sua primeira semana no Congresso no qual mostra seu gabinete, funcionários e dá um relato de como foi sua chegada, incluindo as dores que sentiu nos pés após as horas de votação que adentraram a madrugada.

Romanna afirma que sempre usou as ferramentas disponíveis na internet. Quando atuava como vereadora, um dos pontos altos de sua atuação era a interação, o interesse que despertava nos jovens. "Eu vou fazer 37 anos agora em fevereiro. Percebi que, principalmente, os mais jovens têm uma certa resistência ao envolvimento comunitário e participação política. Como esse era o meio de comunicação, o ambiente deles, foi bacana, porque eles passaram a ter uma atuação bem forte."

Para ela, às vezes, um texto longo desinteressa algumas pessoas, o que fez com que apostasse nas fotos e vídeos. "Eu procurava fazer com que as pessoas experimentassem um pouquinho do que eu vi, do que eu fazia, então, sempre marcou a minha atuação", disse ela prevendo uma desafio ainda maior, porque, agora, ela está ainda mais longe de sua base eleitoral.

Os vídeos, segundo a parlamentar, são feitos com uma câmera fotográfica simples, "bem caseirinha". "A gente usa uma máquina fotográfica que grava vídeos também, é caseirinha, o Flicker uso bastante. É mérito da minha assessoria. Temos um assessor que gosta de mexer com isso. É talentoso, e fazemos isso de forma caseira e experimental."

Romanna diz que pretende focar sua atuação na fiscalização, transparência e controle de atos públicos. "Estou agendando uma audiência com o ministro Jorge Hage (da Controladoria-Geral da União) e quero estreitar minha relação com o TCU."

Fonte: Terra
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