PA: frente boicota debate sobre divisão e critica posição do governo
- Filipe Faraon
- Direto de Belém
Os presidentes dos comitês a favor da criação dos Estados de Carajás e Tapajós se recusaram a participar de um programa de debate sobre o assunto, agendado para as 13h30 desta terça-feira, na TV Cultura do Pará. Eles resolveram boicotar a discussão alegando que o governo do Estado tem feito campanha contra a separação, descumprindo o acordo de se manter neutro.
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O deputado estadual João Salame (PPS), presidente do comitê pelo Sim de Carajás, e o deputado federal Lira Maia (DEM), presidente do comitê pró-Carajás, se negaram a participar da edição de hoje do Sem Censura Pará, programa que vai ao ar diariamente há 24 anos. Eles seriam entrevistados por três jornalistas, sem a presença de representantes contrários a criação dos Estados.
Salame reclama que pessoas da alta cúpula do governo têm feito campanha pelo não na internet, especialmente pelo Twitter. "O secretário de comunicação (Ney Messias) fica apoiando o não abertamente e é ele que comanda a TV Cultura. Todos têm direito de emitir opinião, não queremos censurar, mas não foi isso que ficou acordado com a gente", afirmou.
Messias, por sua vez, nega haver acordo com as frentes. No entanto, ele diz que o governo tem sido neutro desde o início e garante que a emissora tem sido isenta quanto ao tema.
O governo garante que as manifestações de opinião são feitas por componentes do governo por mídias sociais, e não de forma oficial. Quanto às manifestações pelo Twitter, Messias disse que são normais e não contrariam a imparcialidade do governo sobre o plebiscito. "O mesmo direito que o Salame tem, mesmo sendo deputado, de vir pras redes sociais, eu também tenho. Os cidadãos que compõem o governo podem se expressar."
Salame diz que aceita participar de um programa só se for de debate entre as quatro frentes. Ele diz que se sentiu desconfortável com o artigo publicado no último sábado pelo governador Simão Jatene em dois jornais locais, o Liberal e o Diário do Pará. No texto, o governador teria se colocado contrário a divisão do Estado.
Sobre o artigo do governador, Messias explicou que foi de "um estadista defendendo o povo do Pará, que está sendo atacado na sua autoestima", em vez de uma ação de campanha pelo não.