Senado quer audiência para explicar vazamento de óleo no RJ
21 nov2011 - 14h30
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Luciana Cobucci
Direto de Brasília
A Comissão de Meio Ambiente do Senado aprovou nesta segunda-feira um requerimento para a realização de uma audiência pública com o objetivo de debater o vazamento de óleo que ocorre há duas semanas no Poço de Frade, na Bacia de Campos, Rio de Janeiro. A audiência, que ainda não tem data para acontecer, deve convidar os ministros de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), e do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, além de representantes da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da petroleira americana Chevron, responsável pela exploração no local.
Pela gravidade da situação, Lobão deve se reunir hoje com a presidente Dilma Rousseff para tratar do vazamento. Em um evento em São Paulo, o ministro disse, ainda, que a pasta está acompanhando o caso e vai aplicar todas as medidas cabíveis, como multas. A Chevron é acusada de omitir o real tamanho da mancha de óleo e os prejuízos causados pelo vazamento.
O diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, afirmou que a petroleira pode ser notificada ainda hoje. A Chevron pode ser multada por falta de equipamento adequado para a operação do plano de abandono do poço em caso de vazamento e a falta de transparência no repasse de informações às autoridades brasileiras.
A petroleira também é investigada pela Polícia Federal brasileira, que monitora as medidas usadas pela empresa para a contenção da mancha de óleo. Do inquérito instaurado pela PF para apurar a responsabilidade da Chevron podem resultar duas multas ambientais, se forem comprovadas a culpa pelo vazamento e o uso de métodos inadequados e que agridem o ambiente na remoção do óleo do mar.
Peritos sobrevoaram a Bacia de Campos nesta sexta-feira para avaliar as dimensões do vazamento de óleo no Campo de Frade
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
A mancha se espalhou e perdeu densidade, segundo o Comando de Operações Navais da Marinha
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
Embora mais extensa em área, a mancha segue com o mesmo volume, o que é avaliado como positivo pela Marinha, já que, dissolvido, o óleo teria menor potencial danoso ao meio ambiente
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
Expandida pelos ventos e pela maré, a mancha foi estudada por técnicos da Marinha, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Agência Nacional de Petróleo (ANP) em um sobrevoo nesta sexta-feira
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
A responsabilidade pela exploração da área é da empresa Chevron Brasil Upstream, que desde a última quarta-feira trabalha para conter o vazamento no fundo do oceano, a uma profundidade de 1,2 mil m e distante cerca de 120 km da costa
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
De acordo com a ANP, o primeiro estágio da cimentação do poço foi concluído com sucesso. Estima-se que a conclusão dos trabalhos ocorra nos próximos dias
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
A Chevron calcula que a mancha de óleo equivale ao volume de 65 barris na superfície, e que o total vazado chega a 650 barris
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
"Esse acidente é a demonstração clara do que significa um dano ambiental num estado produtor de petróleo", alertou o governador do Rio, Sérgio Cabral, na inauguração de fábrica da Nestlé em Três Rios