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Política

Apoio de jornalista à divisão do PA irrita eleitores do 'não'

16 nov 2011 - 22h32
(atualizado às 22h47)
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Filipe Faraon
Direto de Belém

O apoio do jornalista Paulo Henrique Amorim à divisão do Pará causou polêmica na internet, especialmente entre partidários do "Não". O apresentador da TV Record falou como entrevistado na propaganda política do "Sim" exibida na tarde desta quarta-feira e na noite de terça. O principal argumento do jornalista é alegar o que considera ser um sucesso no surgimento dos últimos Estados no Brasil: Tocantins e Mato Grosso do Sul. "A divisão já deu certo em outros lugares e não tem por que não dar certo aqui também", diz.

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A manifestação causou furor no Twitter, a ponto de colocar o nome do jornalista na lista dos Trending Topics, ou seja, os assuntos mais comentados do País no microblog. A maior parte das críticas se deu pelo fato de Amorim não ser eleitor paraense - só moradores do Estado poderão votar no plebscito, no dia 11 de dezembro. Muitos aproveitaram para dizer que o jornalista recebeu dinheiro de Duda Mendonça, marqueteiro da campanha pelo "Sim", para apoiar a criação dos Estados do Tapajós e Carajás. A polêmica também ganhou espaço na edição de hoje dos principais jornais locais, O Liberal e Diário do Pará.

"Paulo Henrique Amorim falando da divisão do Pará tem tanta autoridade quanto a Xuxa falando sobre geopolitica", comparou o usuário @michelpinho. A postagem de @titobarata foi ainda menos amistosa: "Paulo Henrique Amorim como jornalista econômico saiu-se muito bem como ventríloquo golpista e remunerado." Outro que mostrou descontentamento foi @magalhaesleo: "Paulo Henrique Amorim é bem engraçado. Nem sabe os riscos da criação de Carajás e Tapajós e diz ser a favor."

No dia 11 de dezembro, os 4.839.384 eleitores paraenses irão às urnas para decidir se concordam em dividir o Estado em três. Caso a maioria do eleitorado vote pela divisão, o Pará, hoje com área de 1.247.689 km², ficará com 17% desse território; Carajás, ao sul, com 35%; e Tapajós, localizado a oeste, com 58%.

Carajás poderá ser composto por 39 municípios, tendo Marabá como capital, e população estimada em 1,6 milhão de habitantes. Já Tapajós poderá ter 27 cidades, tendo Santarém como capital e população de cerca de 1,2 milhão de habitantes. O Pará seria composto por 78 municípios, e com população de 4,6 milhões de habitantes, sendo que a cidade de Belém continuaria sendo a capital.

Segundo cálculos feitos pelas frentes pró-divisão, o Novo Pará ficaria com aproximadamente 56% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, Carajás com 33% das riquezas e Tapajós com 11% do que é atualmente produzido. Desde 13 de setembro, as frentes pró e contra a divisão do Estado estão autorizadas a fazer campanha com distribuição de panfletos, santinhos e realização de comícios.

Fonte: Especial para Terra
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