Com medo da polícia, moradora da Rocinha grava casa com celular
- Vagner Magalhães
- Direto do Rio de Janeiro
Após a invasão da comunidade da Rocinha por parte das forças de segurança do Rio de Janeiro, com o apoio dos fuzileiros navais da Marinha do Brasil, muitos moradores aguardavam na porta de suas residências a chegada da polícia. Com receio de ter a casa revirada, a moradora Cássia Cristina da Silva, 25 anos, tomou uma providência. Fez imagens de todos os cômodos com o seu celular.
Veja o raio-x da guerra contra o tráfico
Beleza e caos: veja fatos do Rio que encantam e apavoram o mundo
"O medo é que eles entrem aqui e quebrem tudo. Na invasão do Complexo do Alemão a gente ouviu diversas histórias de que muita coisa foi quebrada. Essa será a prova que eu tenho de que tudo estava em ordem", disse Cristina, que não permitiu a entrada da reportagem do Terra no imóvel.
Mãe de quatro filhos, Cristina disse que as crianças ficaram um pouco assustadas com a movimentação e que a noite foi curta. "Agora parece que está tudo calmo, mas ainda estou um pouco apreensiva por conta da presença da polícia", afirmou.
Por volta das 10h deste domingo, 12 defensores públicos subiram a Rocinha para conversar com os moradores. A Associação Pró-Melhoramentos dos Moradores da Rocinha cedeu três espaços, onde eles farão plantões nos próximos dias para receber eventuais reclamações.
Os defensores percorreram cerca de 2 km pela estrada da Gávea nesta manhã, sem receber queixas. Eles acreditam que nos próximos dias elas possam aparecer, já que a presença ostensiva da polícia acaba afastando os moradores em um primeiro momento.