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Política

Código Florestal: Senado adia polêmicas e Kátia Abreu é escoltada

9 nov 2011 - 14h08
(atualizado às 14h11)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

As comissões de Agricultura e Ciência e Tecnologia do Senado transferiram para outro grupo de parlamentares, os que compõem a Comissão de Meio Ambiente (CMA), a responsabilidade de resolver os pontos polêmicos da controversa reforma do Código Florestal, o conjunto de regras que buscará estabelecer obrigações e direitos de ambientalistas e produtores rurais no Brasil. Pressionada por um pequeno grupo de estudantes, a senadora e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu (PSD-TO), que participava dos debates, teve de deixar a sala em que se discutia o tema escoltada pela polícia do Senado.

Audiência pública reúne quatro comissões do Senado para debater aspectos jurídicos do projeto de reforma do Código Florestal
Audiência pública reúne quatro comissões do Senado para debater aspectos jurídicos do projeto de reforma do Código Florestal
Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil

"Acho um absurdo eu ser constrangida na casa em que eu trabalho. A visita de brasileiros ou de qualquer pessoa no Congresso Nacional é bem-vinda, independente da opinião de cada um. A divergência faz parte da democracia, mas ser aviltada, ser achacada dentro da casa em que eu trabalho por um pequeno grupo de barulho é inadmissível", reclamou a parlamentar.

Na manhã desta quarta-feira, por falta de acordo, os senadores decidiram não votar propostas que, por exemplo, poderiam ampliar dos pequenos para os médios produtores o direito de não precisarem reflorestar áreas de vegetação nativa degradadas até julho de 2008. Também não foi levada a voto a proposta que definiria um prazo para que pequenos produtores promovessem a recomposição da vegetação destruída em suas áreas.

Por ora, mantém-se o texto do senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), que propõe a criação de um programa de apoio financeiro para quem preservar ou recuperar o meio ambiente e a instituição de um cadastro nacional de cada árvore existente no País.

No caso da indenização e dos programas de incentivo para os produtores que não destruírem suas propriedades, o senador peemedebista, cujo texto será encaminhado à Comissão de Meio Ambiente do Senado, diz que a eventual mudança é exclusividade do Poder Executivo, que tem de analisar tratados internacionais para que a medida, se consolidada, não viole acordos previstos, por exemplo, na Organização Mundial de Comércio (OMC).

Em seu parecer a ser enviado à CMA, Silveira prevê ainda a existência de "áreas rurais consolidadas", regiões dentro de áreas de proteção permanente (APP) que têm plantações ou pastos. Ele acaba com a anistia irrestrita a esses desmatadores ao estabelecer que programas de regularização ambiental definidos pela União e pelos Estados irão fixar o que precisará ser reflorestado com mata nativa e que poderá ser mantido como atividade produtiva dentro de uma área de proteção permanente.

Fonte: Terra
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