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Polícia

Em assembleia, alunos da USP declaram greve geral após prisões

8 nov 2011 - 23h02
(atualizado em 9/11/2011 às 10h21)
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Alunos da Universidade de São Paulo (USP) decidiram, em assembleia convocada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) na noite desta terça-feira, entrar em greve geral a partir de amanhã, em protesto contra a presença da Polícia Militar no campus e a prisão de mais de 70 estudantes e servidores durante as ações de reintegração de posse do prédio da reitoria nesta manhã.

Em gesto de ironia, estudantes deixaram a reitoria da USP munidos de flores nesta manhã
Em gesto de ironia, estudantes deixaram a reitoria da USP munidos de flores nesta manhã
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra

Segundo o DCE, a assembleia reuniu cerca de 3 mil pessoas e também determinou o apoio à libertação imediata dos manifestantes detidos. Não houve nenhuma deliberação referente a novas ocupações. Diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Diana Assunção está entre os detidos e afirmou ao Terra que "a reitoria militarizou a universidade. Este dia ficará marcado como o dia em que se reviveu a ditadura. Caiu a máscara do convênio USP-PM". Para ela, o cumprimento da ordem judicial de reintegração de posse do prédio da administração da USP, ocupado desde a madrugada de quarta-feira passada, se trata de ação repressiva "pela qual a reitoria e o governador do Estado, Geraldo Alckmin, são responsáveis.

Outras aclamações dos estudantes nesta noite foram a anistia administrativa de dicentes e funcionários considerados "perseguidos" pela reitoria e a saída do reitor José Grandino Rodas. Agremiações estudantis de cada faculdade da USP agora deliberam para determinar a participação na greve.

A tomada da reitoria foi levada a cabo por parte de um grupo descontente com a resultado de uma votação em assembleia que decidiu, na terça-feira passada, por 559 votos a 458, encerrar a ocupação do prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). O grupo deslocou o portão de trás do edifício da Administração Central, usando paus, pedras e cavaletes, e em poucos minutos chegou ao saguão principal do prédio. A FFLCH havia sido ocupada depois que a PM abordou três estudantes no campus por porte de maconha na quinta-feira da semana passada e tentou levar os usuários detidos. Os policiais usaram gás lacrimogênio, e alunos teriam ficado feridos após confronto.

Fonte: Terra
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