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Polícia

Alunos mantêm ocupação na USP; uso da força está autorizado

7 nov 2011 - 23h48
(atualizado em 8/11/2011 às 00h06)
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Uma assembleia de cerca de 600 estudantes da Universidade de São Paulo (USP) na noite desta segunda-feira decidiu pela rejeição à proposta apresentada pela administração da instituição e determinou que a ocupação do prédio da reitoria deve seguir, ainda que o prazo para a desocupação estipulado pela Justiça tenha se esgotado e o emprego da força policial esteja autorizado desde as 23h.

Estudantes decidiram ficar no prédio, embora o prazo para a desocupação tenha se esgotado
Estudantes decidiram ficar no prédio, embora o prazo para a desocupação tenha se esgotado
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

"O movimento vai seguir negociando com a reitoria, a próxima reunião é na quarta-feira. Trata-se de uma ação estudantil que é parte de um movimento internacional, a exemplo do que ocorre no Chile. É um movimento contra a herança da ditadura dentro da universidade, que se expressa pela presença da polícia, pela perseguição contra estudantes e trabalhadores e pela espionagem da reitoria contra os integrantes da ocupação", afirmou ao Terra a diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Diana Assunção, segundo a qual os estudantes devem resistir ao uso da força e "qualquer violência será responsabilidade da reitoria".

A Polícia Militar informou ao Terra que não deve haver qualquer intervenção policial na USP ao longo desta madrugada. "A PM vai estudar o melhor momento para realizar a reintegração de posse e, a princípio, esse momento não será no meio da madrugada", afirmou a assessoria da corporação.

Após três horas de reunião nesta tarde, os estudantes saíram insatisfeitos com os termos apresentados pela USP, que incluíam o aperfeiçoamento do convênio com a PM e revisão dos processos administrativos contra alunos e funcionários da universidade.

A invasão aconteceu por parte de um grupo descontente com a resultado de uma votação em assembleia que decidiu, na terça-feira, por 559 votos a 458, encerrar a ocupação do prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). O grupo deslocou o portão de trás do edifício da Administração Central, usando paus, pedras e cavaletes, e em poucos minutos chegou ao saguão principal do prédio.

A FFLCH havia sido ocupada depois que a PM abordou três estudantes no campus por porte de maconha na quinta-feira da semana passada e tentou levar os usuários detidos. Os policiais usaram gás lacrimogêneo, e alunos teriam ficado feridos após confronto.

Fonte: Terra
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