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Polícia

USP admite negociar com alunos, mas rechaça saída da PM

5 nov 2011 - 19h37
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A Universidade de São Paulo (USP) admite abrir negociação e discutir com alunos e trabalhadores da instituição o aperfeiçoamento e o detalhamento do convênio feito entre a universidade e a Polícia Militar (PM). Segundo a direção da USP, uma comissão mista formada por representantes dos estudantes, dos funcionários e da reitoria passaria a decidir sobre os termos do convênio. A formação da comissão está atrelada à desocupação do prédio da reitoria, tomada pelos estudantes desde a terça-feira.

Alunos de ao menos três faculdades protestaram pela permanência da PM no campus da USP
Alunos de ao menos três faculdades protestaram pela permanência da PM no campus da USP
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

"O convênio é um acordo genérico entre as partes. Evidente que esse convênio tem que ter um plano de trabalho anexo, que sequer houve tempo de ser feito, dado os incidentes, os ocorridos. Não tivemos tempo de detalhar. Mas isso vai ser detalhado, e agora com uma novidade: com a participação deles (os alunos)", disse neste sábado o professor Wandeley Messias da Costa, superintendente de Relações Institucionais da USP.

Costa ressaltou que a reitoria não está disposta, em nenhuma hipótese, a cogitar a possibilidade de revogação do convênio com a PM. "O que a universidade coloca é que nós podemos e devemos discutir com os alunos e com outros membros da universidade o detalhamento e aperfeiçoamento do convênio", disse. A reitoria da USP também aceitou reavaliar os processos abertos contra funcionários e estudantes. De acordo com o superintendente, há processos na Justiça devido a atos de depredação desde 2007, em outra ocupação estudantil da reitoria, que durou de 55 dias.

"Não cabe a nós anistiar ninguém por atos praticados dessa natureza. Mas há outros processos, de natureza administrativa, sobre os quais nós poderíamos ter interferência e teremos. A novidade é que isso não vai ser tratado só pelo pessoal da área jurídica, mas também pela comissão de negociação", disse.

A rediscussão da presença da PM no campus da USP e a reavaliação dos processos contra os alunos e trabalhadores da universidade estão entre os principais pontos reivindicados pelos estudantes que ocupam a reitoria. Representantes dos estudantes e membros da direção da universidade fizeram um acordo hoje para prorrogar o prazo de desocupação da reitoria, inicialmente determinado pela Justiça para as 17h deste sábado. O novo prazo se estende até as 23h da próxima segunda-feira. Caso a reintegração não ocorra até o horário estabelecido, o acordo prevê o uso de força policial.

A USP se comprometeu a dialogar com os estudantes e a restabelecer a luz, a internet e o fornecimento de água do prédio. Os estudantes aceitaram antecipar para segunda-feira a assembleia geral, inicialmente marcada para a próxima quarta-feira, para deliberar sobre a saída do prédio. O acordo foi mediado pela juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara da Fazenda Pública Central de São Paulo, que havia determinado a desocupação do prédio na última quinta-feira.

Agência Brasil Agência Brasil
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