Oficial de Justiça chega à USP; prédio deve ser liberado em 24 h

Vagner Magalhães

Direto de São Paulo

O oficial de Justiça Valdemir Maciel chegou na Universidade de São Paulo (USP) às 17h desta sexta-feira com o mandado de reintegração de posse, onde leu a intimação. Dessa forma, os estudantes que ocupam o prédio da reitoria - e que se recusaram a assinar a notificação - têm 24 horas para deixar o local. Antes do prazo terminar, está prevista uma reunião de conciliação no fórum Hely Lopes Meirelles às 10h de sábado entre representantes da instituição e dos alunos.

A decisão da juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara da Fazenda Pública Central, determinou a desocupação "observando a boa convivência acadêmica, em um clima de paz", informou o Tribunal de Justiça de São Paulo. Segundo o oficial de Justiça, após o prazo, cabe a juíza determinar como procederá a desocupação caso ela não seja cumprida.

Para a reunião de amanhã, Maciel afirmou que um de seus objetivos hoje era identificar dois alunos dispostos a comparecer na reunião de amanhã. Contudo, nenhum estudante ainda se prontificou a estar presente nela, que deve contar com dois membros da USP.

O prédio foi invadido por estudantes contrários à presença de policiais militares na instituição. A invasão aconteceu por parte de um grupo descontente com a resultado de uma votação em assembleia na terça-feira que decidiu, por 559 votos a 458, encerrar a ocupação que ocorria na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).

Reunião propõe grupos de trabalhos
A comissão de negociação da reitoria se reuniu hoje com representantes dos alunos que invadiram o prédio da Administração Central. Nela, a comissão propôs a criação de dois grupos de trabalho, formados por representantes da reitoria, estudantes e funcionários.

O primeiro vai examinar a questão dos processos administrativos disciplinares. A segunda, que deverá contar com a participação de pesquisadores do Núcleo de Estudos da Violência e do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas, ambos da universidade, tem como objetivo a discussão sobre o plano de trabalho que vai integrar o convênio assinado entre a Universidade e a Polícia Militar. A constituição desses grupos e o início dos trabalhos estão condicionados à desocupação do prédio da reitoria.

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