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Polícia

Ex-deputado paraibano é preso acusado de comprar bebê no PI

4 nov 2011 - 13h34
(atualizado às 20h47)
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Yala Sena
Direto de Teresina

O ex-deputado estadual da Paraíba Fausto Henrique Oliveira, o pastor Fausto, foi preso nesta sexta-feira em Fortaleza (CE), e será indiciado por formação de quadrilha e subtração de incapaz. A prisão foi feita pela polícia do Piauí, que investiga o sumiço de uma criança piauiense de 1 mês. Segundo a polícia, ele intermediou a compra do bebê para outra pessoa.

Em 25 de outubro, a desempregada Mires da Silva Lima, 23 anos, registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Proteção à Criança e Adolescentes denunciando o sumiço. "Investigamos e chegamos à casa do Fausto Oliveira (em Fortaleza). Lá descobrimos que ele foi ex-deputado da Paraíba e ex-pastor da Igreja Universal, e chegou a dar cesta básica à mãe. Quatro mulheres também foram presas na operação", disse o delegado Carlos César Camelo, da Delegacia de Proteção dos Direitos Humanos e Repressão das Condutas Discriminatórias do Piauí. A polícia informou que o bando do qual o suspeito faria parte prometia apartamento e até R$ 4 mil em troca de bebês.

O homem foi expulso há dois anos da Igreja Universal após ser flagrado dançando forró em uma festa na Paraíba, em um vídeo exibido no site YouTube. Em junho de 2010, Fausto Oliveira foi preso por policiais militares acusado de embriaguez ao volante e direção perigosa. Ele conseguiu liberdade após pagamento de fiança.

Com os escândalos, o político deixou a Paraíba e foi morar em São Paulo, se mudando posteriormente para Teresina, onde teria cometido o crime. Segundo a polícia, o ex-deputado e uma mulher identificada como Michele teriam oferecido assistência médica ao bebê e pagamento de cestas básicas para a família, caso a criança lhes fosse entregue. De posse do bebê, Fausto fugiu para a capital cearense.

A polícia chegou a Oliveira por meio de sua companheira. O delegado Carlos César Camelo disse que o pastor Fausto será apresentado na Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente ainda nesta sexta-feira.

Polícia investiga se houve mais vítimas

A Polícia Civil vai ouvir o preso, que chegou em Teresina por volta das 18h. "Estamos investigando para saber se essa quadrilha, que integra o ex-deputado, teria feito outras vítimas no Estado. Ele será indiciado por formação de quadrilha e subtração de incapaz", disse o delegado-geral do Piauí, James Guerra.

O chefe de investigação da delegacia da Criança e do Adolescente, Joatan Gonçalves, disse que, em depoimento, a mãe da criança informou que entregou a filha durante visita do ex-deputado e mais três mulheres a sua residência. "Eles diziam que iriam ser o padrinho do filho dela, dariam assistência médica e alimentar, que eles iriam morar perto e que ela poderia vê-lo todo dia." Segundo a polícia, ela entregou o bebê e ao procurá-los no dia seguinte não encontrou ninguém e denunciou o caso. A mulher negou ainda que tenha vendido a filha e disse que foi enganada. "Ela pode ter vendido a criança ou sido enganada, ainda estamos investigando", afirmou Gonçalves.

O político disse que ajudou a mãe do bebê por ser uma pessoa de "alma caridosa" e se sensibilizou a dificuldade financeira da mulher. Uma das mulheres que estaria com Oliveira, indentificada como Michele, seria quem teria ficado com o bebê. No entanto, ela se encontrava foragida.

Fonte: Especial para Terra
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