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Polícia

SP: colegas de aluno assassinado na USP defendem PM no campus

28 out 2011 - 14h17
(atualizado às 15h27)
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Enquanto um grupo de estudantes, em protesto contra a presença da Polícia Militar na USP, ocupa o prédio da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) no campus da zona oeste de São Paulo, outros defendem o policiamento ostensivo na universidade. O Centro Acadêmico Visconde de Cairu (CAVC), da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), publicou uma nota pública em que diz que a maioria dos alunos daquela instituição são favoráveis à PM no campus.

A carta foi publicada no início da tarde desta sexta-feira, e reitera a posição da maioria dos alunos da faculdade que viu seu aluno ser assassinado dentro do campus em maio deste ano. O estudante Felipe Ramos de Paiva, estudante de Ciências Atuariais, foi baleado e morto no estacionamento da FEA-USP por volta das 22h do dia 18 de maio em uma tentativa de assalto. O crime mobilizou diversos estudantes e funcionários da universidade, que pediram mais segurança no campus. Movida por isso, a reitoria assinou um convênio com a PM no dia 8 de setembro deste ano, prevendo policiamento ostensivo no campus da zona oeste.

Com a ressalva de que a PM não reprima manifestações estudantis, o centro acadêmico vê "de forma positiva" a assinatura do convênio entre a reitoria e a PM. A entidade afirma que "fica nítido que tanto estudantes quanto policiais se exaltaram" no confronto de ontem, e chama de "anacrônico" o ato de "'sequestrar' um prédio público para que certas demandas sejam ouvidas".

"A USP não é um feudo, não pode se isolar da sociedade", afirmou o estudante da FEA e diretor de comunicação do centro acadêmico, Thomás de Barros. "A gente até entende que alguns alunos estejam insatisfeitos com a presença e a abordagem da PM, mas discordamos das pautas e dos métodos dos alunos que invadiram o prédio da FFLCH."

Segundo a nota da entidade, a "contestação espetacular" não é o melhor método para debater o assunto. "Tanto o debate sobre a liberalização do consumo de drogas - que aparentemente foi o estopim da reação vista ontem - quanto a discussão sobre as formas de atuação da autoridade policial encontram seus fóruns adequados na sociedade civil e nos espaços legislativos."

Confronto com a PM

A confusão começou no início da noite de ontem, após a PM flagrar três alunos portando maconha. No momento em que os policiais foram levar o trio para a delegacia, foram impedidos por estudantes. Um grupo de cerca de 300 alunos se aglomerou para protestar contra a presença policial no campus, e a polícia chamou reforço.

Os manifestantes cercaram a viatura que levava os estudantes e começaram a discutir com os PMs. A polícia usou cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Viaturas ficaram danificadas. Os estudantes detidos pela polícia foram levados ao 91º DP, onde assinaram um termo circunstanciado, e liberados.

Estudantes improvisaram uma barricada para dificultar o acesso ao prédio invadido
Estudantes improvisaram uma barricada para dificultar o acesso ao prédio invadido
Foto: Bruno Santos / Terra
Fonte: Terra
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