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Política

Aldo Rebelo se reúne com Dilma e PCdoB e deve assumir Esporte

27 out 2011 - 11h37
(atualizado às 11h43)
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Diogo Alcântara
Direto de Brasília

O deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), um dos cotados para substituir Orlando Silva no comando do Ministério do Esporte, chegou pro volta das 11h30 ao Palácio da Alvorada, onde se reúne nesta quinta-feira com a presidente Dilma Rousseff e o presidente nacional do partido, Renato Rabelo. A expectativa é de que ele seja anunciado oficialmente como novo ministro da pasta ao fim do encontro.

Questionado por jornalistas em sua chegada, Aldo Rebelo negou que já estaria confirmado como novo ministro. Mais cedo, Orlando Silva deu um indicativo de que o deputado federal seria seu substituto. Em seu perfil no Twitter, Silva desejou bom trabalho ao correligionário. "Bom dia @aldorebelo ! Deus ilumine teus caminhos. Bom trabalho!", disse a mensagem.

Em reunião com Silva na noite de ontem, a presidente Dilma Rousseff não fez garantias de que o PCdoB continuaria à frente da pasta, mas também não ameaçou tirá-la da legenda. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, havia afirmado antes que havia uma "tendência" para a legenda continuar com o ministério.

Orlando Silva pede demissão do Ministério do Esporte

Orlando Silva (PCdoB) pediu demissão do Ministério do Esporte no dia 26 de outubro, após reunião com a presidente Dilma Rousseff e o presidente do seu partido, Renato Rabelo. Silva não resistiu à pressão para que deixasse o cargo após denúncias de fraudes em contratos entre a pasta e organizações não-governamentais (ONGs). Sexto ministro de Dilma a cair ainda no primeiro ano de governo, Silva foi apontado por uma reportagem da revista Veja de outubro como o líder de um esquema de corrupção que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos. Na falta de um nome definitivo indicado pela presidente, o secretário-executivo da pasta, Waldemar de Souza, também do PCdoB, assumiu a chefia no ministério interinamente.

Segundo o delator do suposto esquema, o policial militar e militante do PCdoB João Dias Ferreira, ONGs recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens expostos a riscos sociais.

Ferreira foi um dos cinco presos em 2010 durante a Operação Shaolin, que apontou diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades. Por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, ele firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006. Antes de pedir demissão, Silva exigia a Ferreira a devolução do dinheiro repassado. No dia 17 de outubro, o então ministro protocolou um pedido para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigasse as denúncias.

No dia 19 de outubro, o jornal O Estado de S.Paulo publicou reportagem que afirmava que a pasta prorrogara até agosto de 2012 um convênio de R$ 911 mil do programa Segundo Tempo com uma entidade de fachada que, apesar de ter assinado o contrato em dezembro de 2009, jamais executou o projeto no entorno do Distrito Federal. O jornal ainda acusou a mulher de Orlando Silva, Ana Petta, de ter recebido recursos públicos de uma ONG de filiados do PCdoB. Petta teria utilizado sua empresa de produção cultural, a Hermana, para assinar contrato com ONG Via BR, que havia recebido R$ 278,9 mil em novembro de 2010.

No dia 24, Ferreira prestou depoimento à PF, no qual afirmou que pelo menos 20 ONGs estariam dispostas a delatar o suposto esquema. Ele entregou 13 áudios, um celular e mídias que comprovariam os desvios. Segundo o PM, no entanto, nenhum continha a voz de Silva, assim como nenhuma das provas o atingia diretamente. No dia seguinte, o Supremo Tribunal Federal (STF) anunciou a abertura de inquérito para investigar o caso. De acordo com o advogado de Silva, foi o próprio ex-ministro quem pediu a investigação, mas ele teve que abrir mão do cargo após o governo avaliar que não poderia mantê-lo sendo investigado pela mais alta corte do País.

Aldo Rebelo, Câmara dos Deputados, Meio Ambiente, Repre03
Aldo Rebelo, Câmara dos Deputados, Meio Ambiente, Repre03
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Fonte: Terra
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