RS: audiência com atropelador de ciclistas e testemunhas é adiada
A Justiça do Rio Grande do Sul adiou por ao menos cinco dias os depoimentos de 22 testemunhas de acusação contra Ricardo José Neis, 47 anos, que atropelou um grupo de ciclistas e deixou 17 feridos em Porto Alegre. Conforme o Tribunal de Justiça (TJ), a defesa de Neis disse que ele está com problemas de saúde. Ela tem cinco dias para apresentar um atestado ao TJ.
Em março, o Ministério Público (MP) denunciou Neis à Justiça por 17 tentativas de homicídio triplamente qualificadas (motivo fútil, mediante meio que resultou em perigo comum e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas). Ele chegou a ficar quase um mês detido no Presídio Central.
Na denúncia, a promotora de Justiça Lúcia Helena Callegari afirmou que, ao acelerar seu automóvel contra os ciclistas, Ricardo Neis deu início ao ato de matar, causando nas vítimas lesões corporais comprovadas pelos boletins de atendimento médico. Segundo o MP, os ciclistas foram salvos porque usavam equipamentos de segurança e pelo atendimento recebido.
Conforme a promotora, os crimes foram praticados por motivo fútil, já que o denunciado queria imprimir velocidade em seu veículo, encontrando o grupo de ciclistas pelo caminho, "demonstrando extremo egoísmo e individualismo". O MP também afirmou que a atitude do motorista dificultou a defesa das vítimas, que trafegavam de forma distraída com suas bicicletas quando foram atingidas, inclusive, pelas costas.
Entenda o caso
Por volta das 19h do dia 25 de fevereiro, uma sexta-feira, o movimento Massa Crítica promovia um passeio ciclístico a favor do uso das bicicletas no tráfego urbano na capital gaúcha. Durante a manifestação, que reuniu mais de 100 pessoas, Ricardo Neis, 47 anos, funcionário do Banco Central, que dirigia um Golf preto, acelerou e atingiu os ciclistas que bloqueavam a rua José do Patrocínio na esquina com a rua Luiz Afonso.