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Cidades

Restaurante que explodiu não tinha autorização dos Bombeiros

13 out 2011 - 12h25
(atualizado às 14h48)
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Luís Bulcão
Direto de Rio de Janeiro

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros e secretário de Defesa Civil do Rio de Janeiro, coronel Sérgio Simões, afirmou nesta quinta-feira que o restaurante onde uma explosão causou a morte de três pessoas nesta manhã não tinha a autorização da corporação para funcionar. Segundo o coronel, os donos do restaurante Filé Carioca não haviam solicitado o certificado de aprovação dos Bombeiros, documento necessário para garantir o funcionamento do estabelecimento.

O coronel disse não ter certeza se os outros estabelecimentos do prédio onde houve a explosão haviam feito a solicitação. De acordo com o comandante, é "impossível" fazer a vistoria de todos os estabelecimentos comerciais da cidade. Normalmente, segundo ele, o Corpo de Bombeiros descobre a irregularidade através de denúncia.

Veja a fachada do restaurante antes e depois da explosão:

O comandante apresentou um laudo da Defesa Civil datado de agosto de 2010, no qual o órgão fazia uma série de exigências para garantir o funcionamento do restaurante. "Este estabelecimento não foi aprovado para utilizar gás combustível em cilindros de GLP (gás de cozinha) ou canalizados de rua, não sendo admitido abastecimento de qualquer tipo de gás combustível sem autorização pela DGST (Diretoria Geral de Serviços Técnicos do Corpo de Bombeiros)", diz o laudo.

"Nenhuma edificação deste tipo pode utilizar GLP", disse o coronel. "O correto seria o uso de gás canalizado", completou. Segundo ele, o restaurante armazenava seis cilindros, cada um com 45 kg de gás.

De acordo com o comandante, a legislação que rege o funcionamento dos estabelecimentos comerciais é de 1977, sendo que o prédio onde ocorreu a explosão foi construído antes, há cerca de 45 anos. "Há muitos prédios antigos no centro do Rio de Janeiro que ainda precisam se adequar à lei. O Corpo de Bombeiros cumpre com clareza o seu papel, despachando as autorizaçãos. É impossível para o Corpo de Bombeiros fiscalizar quem deliberadamente não cumpre a lei", afirmou. O coronel admite que, a partir desse episódio, a fiscalização tem que passar a ser mais rigorosa: "é função dos Bombeiros e do Estado".

Explosão

A explosão ocorreu no restaurante Filé Carioca, que funciona no térreo do edifício Riqueza, na altura do número 9 da rua da Carioca, em frente à Praça Tiradentes, no centro do Rio de Janeiro. Três pessoas morreram e outras 17 ficaram feridas na explosão.

As três vítimas fatais foram identificadas como Severino Antônio, chefe de cozinha do restaurante, o sushiman Josimar dos Santos Barros e Matheus Maio Macedo, 19 anos, que passava em frente ao local

Do total de 17 feridos, seis receberam alta ainda nesta manhã. Outros dez estão internados no hospital Souza Aguiar, sendo dois em estado grave. Uma vítima, identificada como Daniele Cristina Antunes Pereira, 18 anos, foi levada para o Hospital Miguel Couto, onde passava por cirurgia por volta das 11h30.

O comandante da Guarda Municipal do Rio de Janeiro, coronel Lima Castro, apontou um vazamento de gás como a possível causa da explosão. De acordo com o comandante, um botijão de gás ficou aberto na noite anterior. Quando o chefe de cozinha chegou ao local nesta manhã e acendeu a luz, houve a explosão. O homem teve o corpo arremessado até o outro lado da rua e foi parar na Praça Tiradentes.

Veja o local onde aconteceu o acidente:

Com informações do Jornal do Brasil.

Fonte: Especial para Terra
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