SP: em meio a lixo, lancha perde corrida para carro no Tietê
10 out2011 - 10h45
(atualizado às 11h45)
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Para chamar a atenção aos rios como alternativa de transporte no meio da cidade, a organização do São Paulo Boat Show, um salão náutico indoor, promoveu nesta segunda-feira uma corrida entre um carro e um barco em horário de pico no rio Tietê e na pista local da Marginal. Quem pensou que o barco ganharia com facilidade porque o veículo sobre rodas ficaria preso no congestionamento, errou: a grande quantidade de lixo quebrou um dos motores da lancha principal, que nem conseguiu terminar a prova, e a segunda embarcação chegou só depois do carro.
O trajeto foi de cerca de 10 km, entre as pontes dos Remédios e das Bandeiras. O setor fluvial da disputa saiu com três lanchas, duas para a corrida e uma de apoio. A mais veloz delas, que custa cerca de R$ 800 mil, tinha três motores de 300 HP cada e largou a 80 km/h - velocidade que não manteve nem por um minuto. Um pedaço de madeira que boiava no meio do rio atingiu a hélice de um dos motores, que quebrou e comprometeu a velocidade da embarcação.
Além disso, a enorme quantidade de garrafas PET, pneus, brinquedos, bolas de futebol, sacos plásticos e todo tipo de lixo flutuante entupia o motor constantemente, o que obrigava a lancha maior a fazer paradas, sob risco de superaquecer os motores restantes. Essa embarcação nem chegou ao final do percurso. A segunda lancha, de menor potência, chegou ao destino cerca de dez minutos depois do carro.
O acidente, no entanto, não foi imprevisto. A organização já contava com a possibilidade de o lixo acumulado em toda a extensão do Rio Tietê quebrar o motor da embarcação. "Porém, isso não impede nossa gana de realizar a travessia do Tietê e chamar a atenção de todos para sua limpeza. Isso é o mais importante", conta Ernani Paciornik, presidente do salão náutico que organizou o evento.
Segundo ele, há mais de 50 km de rios inativos em São Paulo, que poderiam contribuir para desafogar o trânsito e aumentar o potencial turístico da capital paulista. "Temos que nos espelhar em projetos de despoluição de rios como o Tâmisa, em Londres, e o Sena, em Paris, que aproveitam o sistema fluvial das cidades para transportar cargas e pessoas", diz.
Para chamar a atenção aos rios como alternativa de transporte no meio da cidade, o São Paulo Boat Show, um salão náutico indoor, promoveu nesta segunda-feira uma corrida entre um carro e um barco em horário de pico no Rio Tietê e na pista local da Marginal
Foto: Aloísio Maurício / Terra
'Por uma cidade navegável' era o mote do evento, que queria mostrar que o transporte de cargas e pessoas pelo rio é uma opção viável
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Se o desafio do carro era o trânsito, o das lanchas era o lixo, preocupação da organização desde o início da corrida
Foto: Aloísio Maurício / Terra
"Devido à grande quantidade de lixo acumulado em toda a extensão do rio Tiête existe uma grande chance de quebrarmos o motor de nossa embarcação de 40 pés", disseram os organizadores
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Pouco depois das 7h, horário de pico no trânsito, saíram o carro e três lanchas - duas de corrida e uma de apoio
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O desafio seria entre os três motores de 900 HP que impulsionavam a lancha no rio poluído e um carro potente em uma via frequentemente engarrafada
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O trajeto a ser percorrido era de aproximadamente 10 km, entre as pontes dos Remédios e das Bandeiras
Foto: Aloísio Maurício / Terra
A expectativa inicial era que o barco ganhasse facilmente do carro, que ficaria preso no trânsito
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Na largada, o barco tomou a dianteira do carro, desenvolvendo velocidade de até 80 km/h...
Foto: Aloísio Maurício / Terra
... que não durou nem um minuto. Um pedaço de madeira que boiava no meio do rio atingiu a hélice de um dos motores, que quebrou e comprometeu a velocidade da embarcação
Foto: Aloísio Maurício / Terra
As iniciativas para tratar o esgoto bruto jogado no rio são insuficientes...
Foto: Aloísio Maurício / Terra
... a julgar pelo cheiro forte que se sente próximo ao rio, além do lixo flutuando:
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Na superfície do rio, bolas de futebol, garrafas PET, tubos de televisão, pneus, brinquedos, sacos plásticos e pedaços de automóveis enroscaram nas hélices, superaquecendo os motores e prejudicando a velocidade
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O barco nem conseguiu chegar ao final, e teve que ser rebocado. A segunda lancha, de menor potência, acabou chegando dez minutos depois do carro
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Segundo Ernani Paciornik, presidente do salão náutico que organizou o evento, há mais de 50 km de rios inativos em São Paulo, que poderiam contribuir para desafogar o trânsito e aumentar o potencial turístico da capital
Foto: Aloísio Maurício / Terra
"Temos que nos espelhar em projetos de despoluição de rios como o Tâmisa, em Londres, e o Sena, em Paris, que aproveitam o sistema fluvial das cidades para transportar cargas e pessoas", diz