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Sindicalistas e Correios entram em acordo para pôr fim à greve

4 out 2011 - 17h24
(atualizado em 5/10/2011 às 08h15)
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Luciana Cobucci
Direto de Brasília

Representantes da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) e da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) entraram em um acordo nesta terça-feira, em audiência no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, para finalizar a greve dos servidores dos Correios, que hoje completa 21 dias. A minuta do acordo foi redigida ao final da audiência e assinada por representantes dos grevistas e dos Correios.

Os funcionários dos Correios aguaram os resultados da audiência de conciliação, pedida pela direção da empresa
Os funcionários dos Correios aguaram os resultados da audiência de conciliação, pedida pela direção da empresa
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

A paralisação acaba provisoriamente na quinta-feira e só terá fim definitivo se a proposta acordada hoje for aprovada nas assembleias, que serão realizadas em todo o País a partir de amanhã. A sessão de conciliação durou 4h e foi mediada pela vice-presidente do TST, ministra Maria Cristina Pedruzzi. Caso a categoria não aceite o acordo, o processo será decidido em julgamento de dissídio coletivo e os sindicalistas podem retomar a greve na próxima segunda. Para por fim à paralisação, o acordo deve ser aceito por 18 dos 35 sindicatos que compõem a Fentect. Se aprovado, o acordo será oficializado na próxima segunda-feira.

O ponto de discordância entre os Correios e os grevistas era o desconto de seis dias não trabalhados e o aumento real retroativo a agosto deste ano. A ECT aceitou devolver o valor relativo aos seis dias de salário e fazer o desconto em 12 parcelas a partir de janeiro do ano que vem. O valor deve ser devolvido pela ECT até a próxima segunda-feira. Em contrapartida, os representantes dos grevistas abriram mão de receber o abono de R$ 500,00 e aceitaram incorporar o ganho real de R$ 80,00 a partir de outubro em vez de retroativamente a agosto.

Para o secretário-geral da Fentect, José Rivaldo da Silva, não será fácil fazer a proposta passar nas assembleias, mas há a garantia do comando de greve que haverá a orientação para que os grevistas apoiem o acordo. "O que importa é que o comando de greve sai daqui com uma proposta concreta. Não foi o melhor acordo, mas foi o acordo possível. Nenhuma categoria profissional teve, em 2011, ganho real superior a 5%, e nós tivemos", afirmou.

Os 16 dias parados restantes serão compensados por jornadas aos sábados, domingos e feriados, sem desconto em folha de pagamento. As convocações extras serão avisadas com, no mínimo, 72h de antecedência. A data limite para a compensação desses dias é o segundo domingo de maio do ano que vem.

A ministra sugeriu ainda que o reajuste salarial linear de 6,87% retroativo a agosto de 2011 é "satisfatório", proposta da ECT que foi aceita pelos grevistas. O atual piso nacional para os carteiros é de R$ 807,00. A este valor, são incorporados benefícios como vale-alimentação, vale-cesta, reembolso creche e babá, além de um auxílio para quem tem dependentes portadores de necessidades especiais.

O vice-presidente de gestão de recursos humanos dos Correios, Larry de Almeida, disse que os carteiros serão convidados a trabalhar no próximo feriado, 12 de outubro, para colocar o serviço em dia. "Os Estados em que teremos mais dificuldades serão Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Mas nos demais Estados, há locais em que a entrega está praticamente normalizada", disse.

Cerca de 2 mil grevistas de todo o País foram a Brasília nesta terça-feira e fizeram um protesto na Esplanada dos Ministérios. Alguns carteiros ficaram acampados em frente ao TST, esperando pelo fim da audiência de conciliação. Segundo a ECT, cerca de 20% dos 110 mil de funcionários dos Correios aderiram à greve.

Para tentar diminuir os prejuízos da greve à população, os Correios fizeram mais um mutirão nacional no último final de semana, que resultou na entrega de 13 milhões de cartas e encomendas, além da triagem de 22 milhões de objetos postais. Desde o início da greve, em 14 de setembro, os mutirões foram responsáveis pela entrega de cerca de 25 milhões de cartas e encomendas em todo o País e pela triagem de mais 69 milhões, segundo dados da empresa.

Fonte: Terra
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