A maioria dos sete jurados considerou o traficante culpado das três acusações, apesar da estratégia da defesa, que tentou desqualificar os testemunhos apresentados pela promotoria. O advogado do acusado, Célio Maciel, recorreu da sentença ainda em plenário.
Ainda na manhã desta quarta-feira, Elias Maluco será levado, sob forte escolta policial, de volta ao presídio Bangu I, onde estava desde sua prisão. Durante quase toda a sessão, o acusado se manteve de cabeça baixa e se recusou a responder às perguntas. Se manifestou apenas quando foi perguntado sobre sua ocupação profissional, respondendo que trabalha como "pintor de autos"
A divulgação da pena foi mais rápida que o esperado devido ao desmembramento do processo, o que adiou para o dia 14 de junho o julgamento dos outros seis réus denunciados no caso. Também colaborou para a rapidez a dispensa de cinco testemunhas de defesa, a pedido dos advogados do traficante.
O jornalista Tim Lopes, gaúcho de nascimento, mas criado no Rio de Janeiro, foi assassinado quando fazia uma série de reportagens investigativa para a TV Globo, sobre bailes funk financiados pelos traficantes, na favela da Vila Cruzeiro, na Penha, quando desapareceu, em 2 de junho de 2002. Ele também era o autor da reportagem sobre o Feirão das Drogas nos morros cariocas, entre eles, o do Complexo do Alemão, em Ramos, veiculada em agosto de 2001.
Segundo testemunhas, Tim teria sido torturado e assassinado por ordem de Elias Maluco. Logo após a morte, seu corpo foi esquartejado e incinerado, a fim de dificultar a identificação, que foi possível somente após a realização de exame de DNA. Elias Maluco é considerado um dos líderes do grupo criminoso Comando Vermelho.
Serão julgados posteriormente os réus Anderson Souza de Paula, o Ratinho; Elizeu Felício de Souza, o Zeu; Ângelo Ferreira da Silva, o Primo; Reinaldo Amaral de Jesus, o Kadê ou Cabê; Fernando Sátyro da Silva, o Frei; e Claudino dos Santos Coelho, o Xuxa.
- Redação Terra