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Jornal: Brasil 'protege árvores mas não pessoas' na Amazônia

29 set 2011 - 08h24
(atualizado às 09h48)
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Uma reportagem do jornal britânico The Guardian afirma que o Brasil "protege as suas árvores, mas não as pessoas" na Amazônia. Segundo o periódico, o "progresso em reduzir desmatamento é ofuscado por assassinatos brutais". A reportagem de página inteira, assinada de Marabá (PA), aborda a prática recorrente de assassinatos de ambientalistas na região Norte do País, sendo o mais recente do ativista José Cláudio Ribeiro da Silva e sua esposa, Maria do Espírito Santo.

Ambos "foram os mais recentes de uma série de ambientalistas assassinados pela causa na Amazônia brasileira", afirma a reportagem. Após 15 anos de campanha contra madeireiros ilegais, produtores de carvão vegetal e pecuaristas, os dois foram mortos perto de casa em maio. "Nos últimos anos, o governo brasileiro fez progresso significativo na contenção da destruição da maior floresta tropical do mundo, reduzindo a área de floresta perdida de 27 mil km² em 2004 para apenas 6 mil km² no ano passado", diz a reportagem.

"Mas uma onda de assassinatos brutais sublinhou uma verdade desconfortável: as autoridades podem parar a derrubada das árvores até certo ponto, mas não o abate dos ambientalistas", constatou o jornal. A reportagem lembra que a morte de Zé Cláudio, como era conhecida a vítima mais recente, foi o caso mais proeminente de execução de ativistas na Amazônia desde o assassinato da missionária americana Dorothy Stang no Pará em 2005.

Ele tinha "anunciado" a sua própria morte seis meses antes de ser executado. "Poucos acreditam que estas mortes serão as últimas. Muitas partes da Amazônia brasileira continuam proibidas para ambientalistas, enquanto autoridades ambientais só viajam para certas regiões sob escolta da polícia fortemente armada com rifles e apoio de helicóptero", diz o The Guardian.

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