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Polícia

Acusado de crime na Oscar Freire é transferido em São Paulo

27 set 2011 - 15h22
(atualizado às 17h13)
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Simone Sartori
Direto de São Paulo

O estudante Lucas Cintra Zanetti Rosseti, 21 anos, acusado de matar o modelo Murilo Rezende da Silva, 21 anos, e o analista de sistemas Eugênio Bozola, 52 anos, na rua Oscar Freire, nos Jardins, zona nobre de São Paulo, no dia 23 de agosto, foi transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) da Vila Independência, na Vila Prudente, por volta das 14h30 desta terça-feira, após ter a prisão preventiva decretada.

Na saída do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Lucas continuou negando o crime e culpou a imprensa sobre a repercussão do caso, dizendo que não adiantaria falar, pois a imprensa "sensacionaliza" tudo. Ao ser questionado sobre o crime, Rosseti continuou defendendo a versão de que agiu em legítima defesa e ressaltou ser uma boa pessoa. "Olha o meu passado, procurem divulgar o Lucas de antes (...). Universitário, da igreja, que fazia caridades, ajudava as pessoas. Não tinha porque fazer isso se nã fosse para proteger a minha vida", disse o acusado.

Na opinião do delegado Mauro Dias, responsável pelo inquérito que foi concluído após a Justiça acatar a denúncia, as provas não sustentam a versão apresentada por Lucas. "Existem provas técnicas suficientes nos autos, onde ele é o autor do duplo homicídio e depois ele fez a subtração, caracterizando latrocínio", disse.

Para o delegado, que definiu Lucas como "muito inteligente", a versão da defesa é fantasiosa e não condiz com a verdade. "Ao chegar ao local do crime, eu já vi que a versão dele no momento do interrogatório era totalmente fantasiosa. Só estávamos esperando o resultado dos laudos periciais, que são as provas técnicas. O ângulo da lesão, da facada no caso, não coincidia com o que ele estava dizendo", falou o delegado.

Sobre a hipótese de o crime ser premeditado, a autoridade policial acredita que o planejamento da ação tenha sido desenhado já quando o acusado estava em São Paulo, na casa das vítimas. "Em São Paulo houve uma premeditação. Eu acredito que ele premeditou esse crime com muita raiva. Alguma coisa fez com que ele agisse com muita raiva diante do Murilo e do Eugênio", relatou.

Sobre o fato do acusado poder ser homofóbico, o delegado se limitou a dizer que não tinha certeza. "Saberia se ele é homofóbico se ele dissesse a verdade, mas ele disse uma versão fantasiosa", disse. O delegado ainda desabafou, falando que a justiça está sendo feita neste caso: "é uma sensação de justiça , não só para mim, mas para as famílias das vítimas."

Lucas Rosseti foi denunciado por duplo latrocínio e sua pena pode variar de 20 a 30 anos de prisão. O acusado aguardará o julgamento no CDP da Vila Independência.

Entenda o caso

O analista de sistemas Eugenio Bozola, 52 anos, e o modelo Murilo Rezende, 21 anos, foram encontrados mortos na manhã do dia 23 de agosto em um apartamento na rua Oscar Freire, nos Jardins, zona oeste de São Paulo.

Segundo a Polícia Militar, PMs foram chamados para averiguar uma denúncia sobre "uma pessoa ensanguentada", mas, ao entrarem no apartamento, por volta das 9h10, encontraram os dois homens mortos.

Segundo a Polícia Civil, Lucas Cintras Zanetti Rosseti teria vindo de Igarapava (SP) para conhecer a capital paulista a convite de Bozola, com quem teve um caso amoroso, hospedando-se na residência da vítima. O crime teria acontecido após uma desavença entre as vítimas sobre o tempo de permanência de Lucas na cidade. De acordo com as investigações, Murilo teria reclamado com Eugênio sobre a presença de Lucas, que permanecia no apartamento uma semana após a data combinada para sua volta a Igarapava.

Em depoimento à polícia, Lucas disse que Eugênio teria matado o modelo e, em seguida, partido para cima do acusado, que matou o analista de sistemas em legítima defesa.

Fonte: Terra
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