Professora diz não acreditar que 'menino exemplar' atirou nela
23 set2011 - 19h49
(atualizado às 20h26)
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Simone Sartori
Direto de São Paulo
Regiane de Oliveira Millan, irmã da professora baleada em uma escola de São Caetano do Sul, disse que ela não acredita que o aluno de 10 anos tenha atirado contra ela porque tinha um "comportamento exemplar dentro da sala de aula e nunca demonstrou agressividade". A família ainda não contou para Rosileide Queiros de Oliveira, 38 anos, quem atirou contra ela. Mas a irmã disse que alguns nomes de alunos foram citados para que ela tentasse se lembrar de quem efetuou os disparos e que, quando chegou no nome do estudante de 10 anos, ela disse não acreditar que tenha sido ele.
A declaração foi dada em uma coletiva realizada nesta sexta-feira no instituto central do Hospital das Clinicas, em São Paulo. A professora foi transferida para um quarto no fim da manhã de hoje, após passar por uma cirurgia para a retirada da bala. Ela está consciente, começou a se alimentar e tem quadro estável. A docente também não sabe que o menino morreu após atingi-la.
A família tentou questionar Rosileide sobre o que aconteceu minutos antes dos disparos. No entanto, ela estaria com dificuldades de lembrar. Segundo a irmã, ela disse que o fato ocorreu momentos depois da troca de professores. Quando foi baleada, ela estava de costas para os alunos e de frente para o quadro negro, e o estudante de 10 anos estaria fora da sala de aula.
Regiane disse que a professora ainda não assimilou o que aconteceu e que ela recorda de ouviu um forte estrondo seguido pelos gritos das crianças. A professora disse que pensou se tratar de uma bomba e que estava preocupada com a saúde dos alunos
O crime aconteceu na Escola Municipal Alcina Dantas Feijão, no bairro Mauá, por volta das 15h50. O aluno, do 4º ano, disparou contra a professora Rosileide Queiros de Oliveira, 38 anos, dentro da sala de aula, que era ocupada por 25 alunos. Em seguida, segundo testemunhas, o aluno se retirou da sala de aula e disparou contra a própria cabeça. O garoto chegou a ser encaminhado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
A família soube do ocorrido pela mídia por volta das 17h. A irmã diz que nem a escola, a Secretaria de Educação ou de Segurança entraram em contato com os familiares para falar sobre o atentado. Ela disse, no entanto, que entende que a primeira preocupação dos órgãos era com as vítimas.
Rosileide é professora há dez anos e lecionava português há seis na Escola Municipal Alcina Dantas Feijão. A irmã disse que ela teve uma fratura no joelho devido a queda sofrida após os tiros. "Ela está muito assustada, tem alguns momentos que ela chora muito", afirmou a irmã.
A professora Rosileide de Oliveira, 38 anos, é socorrida após ser baleada por um aluno em São Caetano do Sul
Foto: Adriano Lima/Fotoarena / Agência Estado
A professora foi baleada por um aluno de 10 anos na Escola Municipal Alcina Dantas Feijão
Foto: Adriano Lima/Fotoarena / Agência Estado
Alunos e pais se reúnem em frente à escola em busca de informações
Foto: Adriano Lima/Fotoarena / Agência Estado
A prefeitura suspendeu as aulas no turno da noite de quinta-feira e em todos os turnos da sexta-feira
Foto: Celso Lima / Futura Press
Ambulância chega à escola Alcina Dantas Feijão, após estudante alvejar professora no quadril e se matar. Ambos foram resgatados ainda com vida
Foto: Celso Lima / Futura Press
Segundo o secretário de segurança da cidade, a arma utilizada pelo menino não é propriedade da Guarda Municipal
Foto: Simone Sartori / Terra
Foto: Terra
A Escola Municipal Alcina Dantas Feijão amanheceu com uma pichação depois da tragédia envolvendo aluno
Foto: Celso Lima / Futura Press
O corpo do aluno foi velado durante toda a madrugada no Cemitério das Lágrimas, em São Caetano do Sul
Foto: Aloísio Maurício / Terra
A vítima cometeu suicídio após atirar na própria professora
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Parentes e amigos ficaram emocionados com o caso
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O Cemitério das Lágrimas fica a apenas uma quadra da escola onde ocorreu a tragédia
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O menino foi velado em clima de consternação e perplexidade
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Pai de criança que baleou professora chega ao velório do filho
Foto: Aloisio Mauricio / Terra
Pai de criança é escoltado por Guardas Municipais
Foto: Aloisio Mauricio / Terra
Para pedagoga, motivos que levaram criança a abrir fogo contra professora 'ficarão no ar'
Foto: Aloisio Mauricio / Terra
Segundo a diretora, o menino de 10 anos era bom aluno
Foto: Aloísio Maurício / Terra
As aulas na Escola Alcina Dantas Feijão estão suspensas até quarta-feira
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Alunos compareceram à escola onde aconteceu o crime
Foto: Aloísio Maurício / Terra
A Polícia Civil apresentou a arma usada no crime
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O revólver era do pai do menino
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Segundo a delegada Lucy Fernandes, o pai da criança não deverá ser responsabilizado pelo crime
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O corpo do menino foi enterrado na tarde desta sexta-feira no Cemitério das Lágrimas
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Amigos e familiares compareceram ao sepultamento
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O enterro estava marcado para às 16h desta sexta-feira
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Foto: Terra
Estudante teria premeditado o crime, segundo depoimento de professora que ouviu informação de colega de classe do garoto
Foto: Ivan Pacheco / Terra
Verônica dos Santos Berneschi, que visitava o túmulo do marido no Cemitério das Lágrimas, lamentou morte do estudante
Foto: Ivan Pacheco / Terra
A dona de casa de 70 anos estava com a filha e acredita que o pai do menino deve estar sentido muita dor
Foto: Ivan Pacheco / Terra
Por causa do sofrimento causado pela perda do filho, pai - dono da arma usada pelo aluno - pode receber perdão judicial
Foto: Ivan Pacheco / Terra
Coroas de flores cobrem túmulo do aluno de 10 anos que atirou contra professora e depois se matou, no ABC Paulista
Foto: Ivan Pacheco / Terra
Escola Municipal de Ensino Alcina Dantas Feijão, onde aluno baleou professora e depois contra si mesmo, tem vigilância da guarda municipal desde o ocorrido, e está com aulas suspensas até terça-feira
Foto: Ivan Pacheco / Terra
A coordenadora pedagógica Meire Bernadete disse que o atentado não foi tema das conversas durante a visita que fez à professora no hospital
Foto: Ivan Pacheco / Terra
A professora se recupera bem, mas ainda sem previsão de alta após cirurgia para retirada do projétil
Foto: Ivan Pacheco / Terra
A professora Rosileide de Oliveira, baleada por um aluno de 10 anos na última quinta-feira, recebeu visitas no Hospital de Clínicas, onde está internada
Foto: Ivan Pacheco / Terra
Foto: Terra
Os alunos da escola municipal Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul, região metropolitana de São Paulo, retornaram às aulas na manhã desta quarta-feira, seis dias após a tragédia
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Pela internet, alunos combinaram voltar às aulas com camisetas, bexigas e rosas brancas
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O evento, criado no Facebook, foi chamado de 'Retorno da Paz'
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Por causa do tempo frio por volta das 6h30, muitas vieram com a camiseta branca por baixo do agasalho do uniforme escolar
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O discurso de todos era de dissociar a instituição de ensino da tragédia. "A escola não vai mudar. Não tem como colocar um detector de metais, porque são 900 alunos por turno", ponderou um dos estudantes, de 15 anos
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Na hora do intervalo da manhã, haverá uma cerimônia em homenagem ao aluno morto e à professora baleada, onde será lida uma crônica escrita por uma das professoras e tocada a música 'Pais e Filhos', do grupo Legião Urbana
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Um funcionário da escola procurou evitar que os alunos falassem com os jornalistas e fechou o portão pouco após o sinal das 7h
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Um psicólogo da prefeitura estava presente na escola para acompanhar a retomada das atividades letivas após a tragédia, atendendo as crianças e os professores na escola
Foto: Aloísio Maurício / Terra
"Estamos preocupados com o bem estar das crianças. Se necessário, vamos abraçá-las, deixar que chorem e desabafem", explicou o psicólogo Sérgio Mayer
Foto: Aloísio Maurício / Terra
A escola Alcina Dantas Feijão é considerada modelo em todo o Estado: segundo o exame do Enem, é a melhor instituição de ensino público e não técnica de São Paulo
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Uma professora que acompanhou a filha até a entrada da escola disse confiar na instituição. "A escola é muito boa. Elas vão ter toda a orientação necessária"
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Durante o intervalo dos alunos, pouco após as 10h, a escola promoveu uma homenagem à professora baleada e ao aluno
Foto: Aloísio Maurício / Terra
De mãos dadas, professores, alunos, policiais e funcionários rezaram um pai-nosso em homenagem às vítimas
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Após a oração, os alunos cantaram ao som da música 'Pais e Filhos', do grupo Legião Urbana
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Os presentes também gritaram várias vezes o nome do garoto que se matou e desejaram força a sua mãe
Foto: Aloísio Maurício / Terra
As inscrições nas bexigas e em um cartaz desejavam paz e conforto aos corações da família e dos envolvidos
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Na manhã desta quarta-feira, pouco após as 9h, chegaram à 3ª DP de São Caetano do Sul o pai, a mãe e o irmão mais velho do menino
Foto: Diogo Moreira / Futura Press
Depois de um depoimento de cerca de três horas, os pais e o irmão do menino deixaram a delegacia
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O primeiro a ser ouvido foi o pai, seguido pela mãe e pelo irmão mais velho do garoto
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Ela crê que o pai não pode ser acusado de negligência e não tem planos de indiciá-lo. "Ele não escondia dos filhos onde estava a arma, mas tinha a precaução de deixá-la sem balas"
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Após o depoimento da família entre a manhã e o começo da tarde, ela afirmou que o depoimento dos colegas pode indicar que ele tenha "tomado as dores de outro colega"
Foto: Aloísio Maurício / Terra
A delegada Lucy Fernandes disse que a motivação do menino que atirou na professora antes de se suicidar segue um mistério
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Em outro desenho, o menino se retrata com 16 anos em frente à escola municipal Alcina Dantas Feijão, onde atirou na professora
Foto: Aloísio Maurício / Terra
A delegada Lucy Fernandes divulgou nesta quarta-feira os desenhos que o menino fez de si próprio
Foto: Aloísio Maurício / Terra
A professora Rosileide divulgou uma carta aos veículos da imprensa