SP: aluno de 10 anos atira em professora e se mata em escola
22 set2011 - 17h31
(atualizado em 23/9/2011 às 01h24)
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Um estudante de 10 anos atirou contra uma professora e depois se matou na tarde desta quinta-feira em uma escola municipal de São Caetano do Sul, no ABC Paulista. A professora foi socorrida pelo helicóptero Águia, da Polícia Militar. Ela levou um tiro na região posterior do lado esquerdo, altura do quadril, e sofreu fratura na patela direita, segundo a prefeitura da cidade, que informou que o estado de saúde da mulher é considerado leve, sem risco de morte.
De acordo com a prefeitura, o crime ocorreu na Escola Municipal Alcina Dantas Feijão, no bairro Mauá, por volta das 15h50. Um aluno do 4º ano, após discussão, disparou contra a professora Rosileide Queiros de Oliveira, 38 anos, dentro da sala de aula, que era ocupada por 25 alunos.
Em seguida, segundo testemunhas, o aluno se retirou da sala de aula e disparou contra a própria cabeça. Inicialmente, a prefeitura havia informado que o menino disparou dois tiros contra si próprio, mas a Polícia Militar confirmou posteriormente que foi apenas um.
Ambos foram socorridos com vida. O aluno foi atendido no Hospital de Emergência Albert Sabin, na avenida Keneddy, em São Caetano do Sul, e teve duas paradas cardíacas, sendo declarado morto às 16h50. A professora foi levada pelo helicóptero Águia ao Hospital das Clínicas, na capital paulista.
A prefeitura informou que as aulas desta noite e de amanhã na escola foram suspensas. A Polícia Militar diz não ter informações sobre como a criança entrou com o revólver 38 na escola.
Outra tragédia escolar O crime em São Caetano do Sul ocorreu quase seis meses depois do massacre escolar que chocou o País. Em 7 de abril, um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e se suicidou logo após o atentado. Segundo a polícia, o atirador portava duas armas e utilizava dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.
Wellington entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Em uma carta encontrada com ele, Wellington pediu perdão a Deus e deixou instruções para o próprio enterro - entre elas que nenhuma pessoa "impura" tocasse seu corpo.
Dias depois, a polícia divulgou fotos e vídeos em que o atirador aparece se preparando para o ataque durante meses. Em um deles, Wellington justificou o massacre por ter sido vítima de "bullying" praticado por "cruéis, covardes, que se aproveitam da bondade, da inocência, da fraqueza de pessoas incapazes de se defenderem". Na casa dele, foram encontradas diversas anotações que mostraram uma fixação pelos ataques de 11 de setembro de 2001. O atirador acabou enterrado como indigente 15 dias após o massacre, já que nenhum familiar foi ao Instituto Médico Legal (IML) liberar o corpo.
Terra
Colaborou com esta notícia o internauta Marcelo Silva, de Santo André (SP), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.
A professora Rosileide de Oliveira, 38 anos, é socorrida após ser baleada por um aluno em São Caetano do Sul
Foto: Adriano Lima/Fotoarena / Agência Estado
A professora foi baleada por um aluno de 10 anos na Escola Municipal Alcina Dantas Feijão
Foto: Adriano Lima/Fotoarena / Agência Estado
Alunos e pais se reúnem em frente à escola em busca de informações
Foto: Adriano Lima/Fotoarena / Agência Estado
A prefeitura suspendeu as aulas no turno da noite de quinta-feira e em todos os turnos da sexta-feira
Foto: Celso Lima / Futura Press
Ambulância chega à escola Alcina Dantas Feijão, após estudante alvejar professora no quadril e se matar. Ambos foram resgatados ainda com vida
Foto: Celso Lima / Futura Press
Segundo o secretário de segurança da cidade, a arma utilizada pelo menino não é propriedade da Guarda Municipal
Foto: Simone Sartori / Terra
Foto: Terra
A Escola Municipal Alcina Dantas Feijão amanheceu com uma pichação depois da tragédia envolvendo aluno
Foto: Celso Lima / Futura Press
O corpo do aluno foi velado durante toda a madrugada no Cemitério das Lágrimas, em São Caetano do Sul
Foto: Aloísio Maurício / Terra
A vítima cometeu suicídio após atirar na própria professora
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Parentes e amigos ficaram emocionados com o caso
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O Cemitério das Lágrimas fica a apenas uma quadra da escola onde ocorreu a tragédia
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O menino foi velado em clima de consternação e perplexidade
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Pai de criança que baleou professora chega ao velório do filho
Foto: Aloisio Mauricio / Terra
Pai de criança é escoltado por Guardas Municipais
Foto: Aloisio Mauricio / Terra
Para pedagoga, motivos que levaram criança a abrir fogo contra professora 'ficarão no ar'
Foto: Aloisio Mauricio / Terra
Segundo a diretora, o menino de 10 anos era bom aluno
Foto: Aloísio Maurício / Terra
As aulas na Escola Alcina Dantas Feijão estão suspensas até quarta-feira
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Alunos compareceram à escola onde aconteceu o crime
Foto: Aloísio Maurício / Terra
A Polícia Civil apresentou a arma usada no crime
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O revólver era do pai do menino
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Segundo a delegada Lucy Fernandes, o pai da criança não deverá ser responsabilizado pelo crime
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O corpo do menino foi enterrado na tarde desta sexta-feira no Cemitério das Lágrimas
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Amigos e familiares compareceram ao sepultamento
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O enterro estava marcado para às 16h desta sexta-feira
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Foto: Terra
Estudante teria premeditado o crime, segundo depoimento de professora que ouviu informação de colega de classe do garoto
Foto: Ivan Pacheco / Terra
Verônica dos Santos Berneschi, que visitava o túmulo do marido no Cemitério das Lágrimas, lamentou morte do estudante
Foto: Ivan Pacheco / Terra
A dona de casa de 70 anos estava com a filha e acredita que o pai do menino deve estar sentido muita dor
Foto: Ivan Pacheco / Terra
Por causa do sofrimento causado pela perda do filho, pai - dono da arma usada pelo aluno - pode receber perdão judicial
Foto: Ivan Pacheco / Terra
Coroas de flores cobrem túmulo do aluno de 10 anos que atirou contra professora e depois se matou, no ABC Paulista
Foto: Ivan Pacheco / Terra
Escola Municipal de Ensino Alcina Dantas Feijão, onde aluno baleou professora e depois contra si mesmo, tem vigilância da guarda municipal desde o ocorrido, e está com aulas suspensas até terça-feira
Foto: Ivan Pacheco / Terra
A coordenadora pedagógica Meire Bernadete disse que o atentado não foi tema das conversas durante a visita que fez à professora no hospital
Foto: Ivan Pacheco / Terra
A professora se recupera bem, mas ainda sem previsão de alta após cirurgia para retirada do projétil
Foto: Ivan Pacheco / Terra
A professora Rosileide de Oliveira, baleada por um aluno de 10 anos na última quinta-feira, recebeu visitas no Hospital de Clínicas, onde está internada
Foto: Ivan Pacheco / Terra
Foto: Terra
Os alunos da escola municipal Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul, região metropolitana de São Paulo, retornaram às aulas na manhã desta quarta-feira, seis dias após a tragédia
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Pela internet, alunos combinaram voltar às aulas com camisetas, bexigas e rosas brancas
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O evento, criado no Facebook, foi chamado de 'Retorno da Paz'
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Por causa do tempo frio por volta das 6h30, muitas vieram com a camiseta branca por baixo do agasalho do uniforme escolar
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O discurso de todos era de dissociar a instituição de ensino da tragédia. "A escola não vai mudar. Não tem como colocar um detector de metais, porque são 900 alunos por turno", ponderou um dos estudantes, de 15 anos
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Na hora do intervalo da manhã, haverá uma cerimônia em homenagem ao aluno morto e à professora baleada, onde será lida uma crônica escrita por uma das professoras e tocada a música 'Pais e Filhos', do grupo Legião Urbana
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Um funcionário da escola procurou evitar que os alunos falassem com os jornalistas e fechou o portão pouco após o sinal das 7h
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Um psicólogo da prefeitura estava presente na escola para acompanhar a retomada das atividades letivas após a tragédia, atendendo as crianças e os professores na escola
Foto: Aloísio Maurício / Terra
"Estamos preocupados com o bem estar das crianças. Se necessário, vamos abraçá-las, deixar que chorem e desabafem", explicou o psicólogo Sérgio Mayer
Foto: Aloísio Maurício / Terra
A escola Alcina Dantas Feijão é considerada modelo em todo o Estado: segundo o exame do Enem, é a melhor instituição de ensino público e não técnica de São Paulo
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Uma professora que acompanhou a filha até a entrada da escola disse confiar na instituição. "A escola é muito boa. Elas vão ter toda a orientação necessária"
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Durante o intervalo dos alunos, pouco após as 10h, a escola promoveu uma homenagem à professora baleada e ao aluno
Foto: Aloísio Maurício / Terra
De mãos dadas, professores, alunos, policiais e funcionários rezaram um pai-nosso em homenagem às vítimas
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Após a oração, os alunos cantaram ao som da música 'Pais e Filhos', do grupo Legião Urbana
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Os presentes também gritaram várias vezes o nome do garoto que se matou e desejaram força a sua mãe
Foto: Aloísio Maurício / Terra
As inscrições nas bexigas e em um cartaz desejavam paz e conforto aos corações da família e dos envolvidos
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Na manhã desta quarta-feira, pouco após as 9h, chegaram à 3ª DP de São Caetano do Sul o pai, a mãe e o irmão mais velho do menino
Foto: Diogo Moreira / Futura Press
Depois de um depoimento de cerca de três horas, os pais e o irmão do menino deixaram a delegacia
Foto: Aloísio Maurício / Terra
O primeiro a ser ouvido foi o pai, seguido pela mãe e pelo irmão mais velho do garoto
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Ela crê que o pai não pode ser acusado de negligência e não tem planos de indiciá-lo. "Ele não escondia dos filhos onde estava a arma, mas tinha a precaução de deixá-la sem balas"
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Após o depoimento da família entre a manhã e o começo da tarde, ela afirmou que o depoimento dos colegas pode indicar que ele tenha "tomado as dores de outro colega"
Foto: Aloísio Maurício / Terra
A delegada Lucy Fernandes disse que a motivação do menino que atirou na professora antes de se suicidar segue um mistério
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Em outro desenho, o menino se retrata com 16 anos em frente à escola municipal Alcina Dantas Feijão, onde atirou na professora
Foto: Aloísio Maurício / Terra
A delegada Lucy Fernandes divulgou nesta quarta-feira os desenhos que o menino fez de si próprio
Foto: Aloísio Maurício / Terra
A professora Rosileide divulgou uma carta aos veículos da imprensa