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Polícia

Casos de sequestros-relâmpago aumentam no Rio de Janeiro

18 set 2011 - 03h20
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CRISTINE GERK

Rápido e intenso. Assim o dicionário descreve o efeito de um relâmpago. Só que as marcas nas vítimas do sequestro que leva o nome do fenômeno natural são duradouras e profundas. No Rio de Janeiro, o número de ataques mais do que dobrou de abril a junho deste ano (de 22 para 47 casos), na comparação com o mesmo período do ano passado. Ao longo do semestre, o aumento foi de 37%. A elevação foi maior na Zona Norte e na Baixada, segundo dados do Instituto de Segurança Pública.

O principal alvo são mulheres e idosos. As vítimas costumam estar de carro, mas pedestres também estão à mercê. "O crime ocorre em horários e locais com pouco movimento, geralmente à noite ou em troca de turnos de policiamento. Os bandidos não agem sozinhos e estão sempre armados", descreve o especialista em segurança pública Paulo Storani.

A servidora pública Izadora de Menezes, 28, já foi vítima do crime, na Tijuca. Ela estava saindo do carro do namorado, na porta de casa, às 21h, quando dois homens armados abordaram o casal. Um deles assumiu a direção e outro ficou no banco de trás.

"Rodamos pelo bairro até encontrarmos o banco. Ao chegar lá, um homem saltou com o cartão e a minha senha anotada e entregou a um terceiro bandido", conta Izadora. Os dois foram deixados numa rua erma. "Minha vida mudou depois disso. Não paro mais o carro na rua. Se alguém for me buscar em casa, fico na portaria e corro quando a pessoa chega. Só dirijo com o vidro fechado".

O músico Rogério Pereira da Silva, que integra o grupo de pagode Revelação, sofreu sequestro-relâmpago semana passada, na Taquara.

A Polícia Militar do Rio informou que os dados do ISP servem para nortear estratégias de segurança e remanejar o policiamento para áreas mais expostas.

Diálogo e observação irritam os criminosos

Caso você seja vítima de um sequestro-relâmpago, o melhor é não forçar conversas nem encarar visualmente o criminoso. "Colabore completamente. A resistência pode gerar uma violência muito maior", aconselha Paulo Storani, lembrando que deve ser feito registro em delegacia para tentar prevenir novos incidentes.

A química Telma Fagundes, 30 anos, sofreu com esta ação de bandidos no ano passado, quando saía de sua casa, no Cachambi. "Saltaram três homens armados de um carro e todos tentaram entrar no meu, só que dois não conseguiram porque as portas traseiras estavam travadas. Apenas um deles abriu a porta pela minha janela, que estava semi-aberta", relata Telma.

Ele assumiu a direção e rodou por algum tempo. Ao final, levou celular e carteira, mas não foi com ela ao banco: "fiquei calma, olhando para frente o tempo todo. Hoje em dia, nem levo mais carteira na bolsa, só bolsinha com dinheiro".

Efeito de drogas é agravante

Criminosos que agem sob efeito de drogas são ainda mais perigosos. No ano passado, a farmacêutica G., 25 anos, foi rendida com o namorado às 20h30, em Niterói, quando ia visitar a irmã.

"Eram dois e o que ficou no banco de trás com meu namorado estava muito agitado. Me deu uma coronhada na cabeça quando tentei falar com ele. Disse para eu calar a boca e fazer o que mandassem", lembra G., tão traumatizada que hoje desconfia de todos na rua.

Dicas

Locais: o ideal é sempre andar perto de outras pessoas, evitar ficar isolado. De carro ou a pé, fique atento e procure se antecipar caso veja alguém em atitude suspeita, por exemplo, entre em loja ou posto de gasolina.

Medidas: evite sair na rua com a carteira completa, com cartões e documentos. Nunca deixe a senha junto escrita e mantenha o limite do cartão baixo.

Não ostente: se estiver com sacolas de compras ou aparelhos tecnológicos, evite exposição.

Fonte: O Dia
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