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Dalai Lama defende laicismo para estimular valor humano em SP

17 set 2011 - 16h04
(atualizado às 16h45)
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O líder espiritual dos tibetanos, Dalai Lama, defendeu neste sábado a unidade entre os seres humanos, apesar das diferenças, e argumentou a favor do laicismo como forma de cultivar os valores morais, em conferência realizada em São Paulo. "Laicismo não significa falta de respeito às religiões, mas respeito a todas as religiões, incluindo os não crentes", afirmou a milhares de pessoas de diversos locais do país que participaram da conferência no sambódromo do Anhembi.

Dalai Lama: corrupção é câncer que se alastra pelo mundo:

Tenzin Gyatso, o XIV Dalai lama, afirmou que a experiência comum entre indivíduos, o bom senso e o progresso tecnológico permitem a promoção dos princípios humanos. "A ética laica é necessária para a humanidade", disse o líder espiritual, que foi recebido com um caloroso aplauso e defendeu valores através do ensino. "O único caminho é a educação, desde a creche até a universidade".

O Prêmio Nobel da Paz de 1989 criticou o uso da violência, que classificou como um "método não realista", por não ser efetivo na resolução de conflitos. Ele defendeu um processo de "desarmamento interno" da raiva e a avareza, entre outros aspectos, com o objetivo de alcançar o "desarmamento externo". Dalai Lama comparou a democracia da Índia, país que o acolheu após o fracasso da insurreição tibetana de 1959, com a falta de liberdades da China. "A democracia está bem estabelecida na Índia, há completa liberdade de imprensa ao contrário da China", disse.

De acordo com cálculos da Polícia Federal, cerca de 3 mil pessoas participaram da conferência, entre elas o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que foi recebido com assobios de protesto pelos cidadãos. Com as atividades deste sábado, Dalai Lama pôs fim a sua quarta viagem ao Brasil, que fez parte de um roteiro de visitas a outros países da América Latina.

Este ano, Tenzin Gyatso entregou o poder político do governo tibetano no exílio a Lobsang Sangay, um jurista que estudou em Harvard e que assumiu o compromisso de continuar procurando uma maior autonomia do Tibete dentro da China.

EFE   
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