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Polícia

SP: aumenta número de mães que perdem guarda de filhos por drogas

13 set 2011 - 14h59
(atualizado às 15h03)
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Um levantamento produzido pela Secretaria da Saúde de São Paulo na maternidade estadual Leonor Mendes de Barros, a maior da zona leste da capital, apontou aumento no número de mães dependentes de crack e cocaína que perderam a tutela de seus bebês em razão do vício. Por meio do serviço social, foram encaminhadas no ano passado para a Vara da Infância e Juventude 43 crianças cujas mães não tinham condições de manter a guarda do filho em virtude da dependência química.

Esse aumento foi progressivo no decorrer dos anos. Em 2007, houve apenas um caso. Em 2008, 15 crianças foram encaminhadas à Vara da Infância e Juventude. Já em 2009 foram 26 casos, o que representa um aumento de 73% se comparado ao ano anterior. Só no primeiro trimestre de 2011, o hospital registra 14 casos de perda da tutela.

"Infelizmente, são pacientes que se encontram em uma grave situação de vulnerabilidade social, com rompimento dos laços com familiares e a comunidade, e até estão em situação de moradia de rua", afirmou o diretor da maternidade, Corintio Mariani Neto. O fluxo de atendimento levou o hospital a realizar um estudo específico para diagnosticar os aspectos sociais que compõe o cenário de prejuízo materno em detrimento das drogas.

Com base na análise de 33 prontuários de pacientes que deram entrada entre abril de 2009 e abril de 2010, foi observado que 64,5% das mulheres atendidas tinham idade entre 15 e 25 anos. Há prevalência de baixo nível de escolaridade (54,8% não completaram o Ensino Fundamental) e ausência de profissão estabelecida (61,3%).

A dependência química também atrapalha o acompanhamento médico das gestantes - 48,4% das pacientes não aderiram ao total de consultas de pré-natal oferecidas. Entre as drogas mais consumidas por esse grupo estão o crack (41,94%) e a cocaína (19,35%). O estudo revelou ainda que 48% das gestantes atendidas na maternidade possuem companheiros também usuários de drogas, o que dificulta a tomada de decisão para o abandono das drogas e pela procura por tratamento.

Fonte: Terra
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