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RJ: incêndio destrói o Teatro Villa Lobos durante a madrugada

7 set 2011 - 01h18
(atualizado às 07h19)
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Um incêndio destruiu os quatro andares do Teatro Villa Lobos na Avenida Princesa Isabel, em Copacabana, durante a madrugada desta quarta-feira. Três explosões seguidas do transformador do último andar do prédio provocaram as chamas, que podem ter comprometido a estrutura da construção.

Trinta e oito bombeiros de cinco quartéis participaram da operação, que contou com duas escadas mecânicas de 37 e 60 metros de extensão. Um carro-pipa de 30 mil litros de água deu apoio no combate ao fogo.

Por volta das 23h de terça-feira, o vigia noturno do teatro levou um susto ao ouvir as três explosões durante o jantar. "Estava comendo na hora, mas abandonei a comida e sai correndo em direção à vila de casas, que fica aqui ao lado, para pedir ajuda", disse o vigia, que não quis revelar seu nome. Com a ajuda dos moradores da Vila Solar Princesa Isabel, ele chamou os bombeiros. O fogo destruiu completamente o palco e a platéia, áreas onde são apresentados os espetáculos.

O espaço estava em reforma - orçada em R$ 1.329.570,28 - desde dezembro. Em abril, o Villa-Lobos já tinha sido palco de outro incêndio na sala de máquinas durante a solda de uma estrutura metálica. Com a ajuda dos bombeiros, os operários conseguiram controlar o príncípio de incêndio que danificou os cabos de transmissão de eletricidade. A secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes, não soube dizer se o teatro será demolido.

"Ainda é cedo para fazermos uma avaliação, mas lamento o que ocorreu porque essa é uma das casas de cultura mais importante da cidade. O palco já estava reformado, mas a parte onde fica a platéia estava sem revestimento e sem as poltronas", disse a secretária. O teatro tinha capacidade para 463 pessoas e passava por ampla reforma de modernização. Além do teatro, as salas Monteiro Lobato e Arnaldo Niskier também foram destruídas. A previsão era reinagurar o espaço em março de 2012.

O secretário estadual de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, Sérgio Simões, coordenou a operação de rescaldo por volta das 2h desta quarta-feira. Bombeiros dos quartéis do Centro, Humaitá, Gávea, Copacabana e CSM participaram do combate ao fogo. "É um difícil apagar o fogo devido a grande quantidade de material inflamável. A combustão é muito rápida. Muitas estruturas desabaram, mas só uma perícia de engenharia poderá precisar o quanto o prédio foi abalado", disse Simões.

Morador da primeira casa da vila vizinha ao teatro, o estudante de administração Matheus Prohamann, 22, confirmou que ouviu três explosões seguidas antes de as chamas aparecerem. "Estava vendo televisão na sala de casa, quando de repente faltou luz. Sabia que era o teatro. Os bombeiros chegaram rápido, mas era muito fogo. A distância da minha casa para a saída lateral do teatro é de três metros. Deu para ver o quanto foi difícil para os bombeiros combaterem o fogo", explicou.

O pai de Matheus, Arthur Prohamann, 59, criticou as condições da reforma do Villa-Lobos. "Parece uma obra de igreja, anda e para. Durante a solda, o maçarico emite fagulhas que batem na janela do quarto da minha filha, Ana Clara. Somos obrigados a fechar com medo de sermos queimados. O estado acaba contratando pelo menor preço de licitação e as empresas acabam trabalhando de qualquer jeito. Essa vila de casas é antiga, de 1930, e o medo de que haja um incêndio é grande", disse.

Fonte: Terra
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