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Política

Lula defende Dirceu e reclama por ter de explicar 'mentiras'

2 set 2011 - 22h45
(atualizado às 23h19)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que dá aval para que o 4º Congresso do Partido dos Trabalhadores (PT) aprove uma espécie de desagravo ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, alvo de uma reportagem de revista Veja na qual é acusado de ter um gabinete informal em um hotel de Brasília para "conspirar" contra o governo Dilma Rousseff.

Com José Dirceu ao fundo, Dilma e Lula participam de abertura do congresso do PT
Com José Dirceu ao fundo, Dilma e Lula participam de abertura do congresso do PT
Foto: Reuters

"Não é possível as pessoas construírem as mentiras que quiserem construir e a gente é que tem que depois explicar para a sociedade brasileira", afirmou o ex-presidente na abertura do congresso petista em Brasília.

Na quinta-feira, Dirceu chamou de "ridícula" a reportagem de Veja. "Eu tenho atividade política, converso com ministros e senadores. São meus amigos há 30 anos. Sou consultado, sou ouvido", afirmou, em entrevista ao Jornal da Record News sobre as imagens de câmeras de segurança do Hotel Naoum, onde seu apartamento teria sofrido tentativa de invasão pelo repórter da semanal. Chamado pela revista de "poderoso chefão", o ex-ministro riu quando foi questionado se tinha "superpoderes". "Sou filiado ao PT, não tenho cargo no governo. Quem sou eu para influenciar (o governo)? Quem influencia é o PT."

Entre os visitantes recebidos por Dirceu entre os dias 6 e 8 de junho, período que coincide com a queda de Antonio Palocci da chefia da Casa Civil, estão o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o deputado federal Eduardo Gomes, do PSDB. Embora não tenha tido acesso ao teor das reuniões, Veja diz que elas serviriam para articular um "governo paralelo" encabeçado por Dirceu, que não teria deixado de tomar decisões mesmo ao longo dos seis anos em que esteve afastado de qualquer cargo político, depois de ser apontado como um dos responsáveis pelo mensalão petista.

Na chegada ao congresso, Dirceu tangenciou o assunto ao afirmar que o partido deverá propor a regulação dos meios de comunicação de massa e a "luta contra a corrupção". Ele defendeu a consolidação de uma reforma política para atuar como "antídoto contra a corrupção" e disse que, na avaliação petista, uma reforma tributária deve contemplar a taxação de "grandes fortunas, herança e doação e lucros extraordinários e financeiros".

Lula volta a defender reeleição de Dilma

Lula voltou a defender um mandato de oito anos para Dilma, fazendo referência velada às denúncias por que passa o governo federal ao dizer que ela não pode ser cobrada por apenas oito meses de governo. "Temos que contribuir, e tenho a convicção de que ninguém pode cobrar de você aquilo que o tempo não permitiu você fazer. Apenas oito meses de governo é muito pouco para alguém que vai governar esse País oito anos", disse. "É apenas 10% (sic) do tempo que você vai ter", afirmou Lula.

Também evitando citar diretamente a crise política pela qual passou o governo Dilma, com a demissão de quatro ministros em oito meses de gestão, o ex-presidente disse que sua sucessora poderá vencer as mais diversas dificuldades. "Na dúvida, tenha certeza de uma coisa: aqui neste palanque, com o PCdoB e PSB - faltam uns partidos, mas vou falar os que estão aqui -, não tem mar revolto, vendaval, furacão ou vulcão que você não possa vencer", sustentou Lula.

Fonte: Terra
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