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Polícia

Hospital decide manter médicas indiciadas por morte de doadora

29 ago 2011 - 23h27
(atualizado às 23h38)
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Chico Siqueira
Direto de Araçatuba

A direção do Hospital de Base (HB) de São José do Rio Preto, a 440 km de São Paulo, anunciou nesta segunda-feira que vai manter nas mesmas atividades as médicas hematologistas Flávia Leite de Souza e Érika Rodrigues Pontes, a enfermeira Ana Carolina Costa Roma e a auxiliar de enfermagem Mirela dos Santos Mesquita Pimenta, denunciadas pelo Ministério Público na última sexta-feira pela morte da universitária Luana Neves Ribeiro, 21 anos, no dia 4 de julho, quando ela passava por procedimento para doar a medula óssea para uma criança portadora de leucemia.

A decisão do HB é baseada em relatório da Comissão de Sindicância instalada pelo hospital após a morte da doadora. Embora as médicas tenham sido denunciadas por homicídio culposo e as enfermeiras por omissão de socorro, a direção do HB entendeu que elas são importantes para o hospital e não optou pelo afastamento. "Os médicos e enfermeiros continuarão em suas atividades por serem profissionais credenciados para executá-las e essenciais para o funcionamento do serviço", afirmaram diretores do HB em nota enviada à imprensa.

No início do mês, Luana deu entrada no Hospital de Base, onde a equipe médica tentou inicialmente retirar a medula pela bacia, método mais utilizado no País. Como o procedimento não deu certo, um catéter foi introduzido no pescoço da paciente, para extrair a medula pelo sangue. Duas horas depois do procedimento, porém, Luana voltou ao hospital com fortes dores, mas, segundo o inquérito policial, não teria recebido atendimento adequado. Por causa dessa suposta falha, a jovem morreu de parada cardiorrespiratória.

Na nota, a direção do HB informa que decidiu manter o Serviço de Transplante de Medula Óssea, apesar das graves falhas cometidas nos procedimentos realizados com Luana. O HB anunciou, entretanto, que está revendo os procedimentos para otimizar o serviço. "O HB está revendo os protocolos de atendimento do Serviço de Transplante de Medula Óssea visando constantes aprimoramentos", diz a nota. A coleta de medula pelo método venoso central, suspensa logo após a morte de Luana, deverá continuar paralisada.

Fonte: Especial para Terra
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