Juiz amigo de juíza executada diz que não se sente em risco
Amigo da juíza Patrícia Acioli (executada com 21 tiros no último dia 11) nos tempos da Defensoria Pública na década de 1980, o juiz Fábio Uchôa é o responsável pela força-tarefa que vai cuidar dos 1.316 processos que tramitam na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo. Em entrevista a O Dia, ele diz que não há porque se sentir em risco. Confira:
O Dia - Qual foi o impacto da morte de Patrícia?
Uchôa - Era uma juíza corajosa, conhecida como linha-dura, e trabalhei com ela anos atrás na Defensoria Pública. Agora, a função do juiz é dar andamento aos processos para condenação ou absolvição. Não há porque me sentir em risco.
O Dia - E a sua segurança?
Uchôa - A minha segurança é a estrela que carrego comigo. Essa estrela sempre me protege. Se essa estrela não brilhar, nada mais vai dar certo,
O Dia - E quando a força-tarefa deve ser desmobilizada?
Uchôa - Todos os dias teremos julgamento. A força-tarefa, como vocês chamam, que tem mais dois juízes, vai atuar até que outro seja nomeado para o lugar de Patrícia. Os personagens mudam por vários motivos, mas o trabalho continua o mesmo.
O Dia - O crime abalou a sociedade. O que o senhor diria à população?
Uchôa - As instituições não param, sempre haverá um magistrado. O Estado tem que dar segurança, mas não há desespero. O crime organizado não é um privilégio do Brasil, mas de países subdesenvolvidos.
O Dia - E qual é a melhor forma de combate?
Uchôa - O que temos ter é um melhor aparato tecnológico para as investigações e legislação mais dura.