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Polícia

Irmã diz que tentou levar juíza para SP antes de assassinato

19 ago 2011 - 02h22
(atualizado às 02h32)
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MARIA INEZ MAGALHÃES

Irmã da juíza Patrícia Acioli, Simone Acioli foi a última pessoa com quem ela falou no dia em que morreu. A conversa por celular terminou minutos antes do crime. "Tentava convencê-la a ir a São Paulo passar o Dia dos Pais comigo", lembrou ela, contando que a irmã aparentava estar mais preocupada com a segurança. Confira a entrevista da irmã da juíza assassinada ao jornal O Dia:

O Dia - Patrícia tinha medo das ameaças? Ela comentava sobre isso?

Simone Acioli - De uns tempos pra cá, ela ficou mais preocupada, sim. Chegou a falar que estava preocupada com o aumento das milícias na região. Mas como a gente a pressionava muito para ela sair de lá (da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo), ela evitava ficar falando no assunto. Falava de ameaças mas nunca disse 'fulano me ameaçou'. Mas acho que a preocupação maior dela era de acontecer algo com os filhos.

O Dia - Vocês temiam a morte de Patrícia?

Simone Acioli - Temíamos. Tínhamos uma preocupação enorme com isso, porque São Gonçalo é uma cidade violenta. Minha mãe é religiosa e sempre rezou por minha irmã e pedia aos amigos que rezassem por ela. Quando pedíamos para que mudasse de vara, ela dizia que alguém tinha que fazer aquele trabalho.

O Dia - Apesar das ameaças, sua irmã estava sem segurança. Vocês pensam em processar o Estado?

Simone Acioli - Nem pensamos ainda o que faremos, porque está tão difícil lidar com a dor, com o sofrimento da minha mãe e da família, que não resolvemos as questões práticas do caso.

O Dia - Uma das linhas de investigação para a morte de Patrícia é crime passional devido ao envolvimento dela com um policial.

Simone Acioli - Não vou falar da vida pessoal da minha irmã. Como acho isso um absurdo, não quero entrar no assunto. O importante é a conduta dela como profissional, que foi maravilhosa, e investigar o crime.

O Dia - Você acredita que os assassinos serão presos?

Simone Acioli - Acho que será mais fácil pegar apenas os executores.

O Dia - A Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) ofereceu proteção ao ex-marido de Patrícia e aos filhos dela. Eles vão aceitar?

Simone Acioli - Não é meu ex-cunhado que tem que decidir. A gente não sabe se correm risco. Quem tem que dizer se precisam de segurança é a polícia e a Secretaria de Segurança, afinal de contas, eles é que são os especialistas.

Irmã de juíza desabafa: "está difícil lidar com a dor"
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Foto: Carlo Wrede / O Dia
Fonte: O Dia
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