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Polícia

Associação: transferir casos de juíza morta protegeria jurados

18 ago 2011 - 20h36
(atualizado às 20h55)
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O presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), Antônio César Siqueira, defendeu, nesta quinta-feira, a transferência para outra comarca dos processos em fase de julgamento sob responsabilidade da juíza Patrícia Acioli na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo (RJ). Patrícia foi executada com 21 tiros na quinta-feira passada, quando chegava em casa, em Niterói.

Patrícia foi assassinada quando chegava a sua casa, em Niterói
Patrícia foi assassinada quando chegava a sua casa, em Niterói
Foto: Reprodução

A medida, destacou Siqueira, visa a dar proteção aos jurados e garantir isenção nos julgamentos. "Não é razoável exigir de um cidadão comum que ele não tenha medo neste momento. E qual é o risco disso? Absolvição indevida. Às vezes, por um receio, um bandido que devia ser condenado acaba indo para a rua." Segundo ele, o ideal é que os processos sejam transferidos para o Fórum Central, no município do Rio de Janeiro.

Siqueira participou de um ato em frente ao prédio do Tribunal de Justiça, onde foi feito, às 17h, um minuto de silêncio em homenagem à magistrada assassinada. O gesto foi repetido no mesmo horário em diversas cidades do interior fluminense.

A juíza aposentada e ex-deputada federal Denise Frossard também participou da manifestação. Neste momento, ela considera, o Judiciário tem de ser extremamente severo com os criminosos. "A exemplo da Itália, os juízes devem tomar com mão de ferro o combate ao crime organizado. A solução virá com a atitude de não se tolerar esse ataque à democracia." Denise Frossard foi responsável por desmontar o esquema de atividades ilegais dos bicheiros no Estado na década de 90.

Juíza estava em "lista negra" de criminosos

A juíza Patrícia Lourival Acioli foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados mais de 20 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.

Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.

Agência Brasil Agência Brasil
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