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Política

Ele tem excelentes qualidades, diz Sarney sobre novo ministro

18 ago 2011 - 12h02
(atualizado às 12h18)
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Ao chegar ao Congresso nesta quinta-feira, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou que o deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS) é homem de excelentes qualidades e que teve um grande desempenho como líder do governo. Reunida ontem à noite no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República, Michel Temer, a cúpula do PMDB escolheu Mendes Ribeiro para substituir Wagner Rossi, que deixou na quarta-feira o Ministério da Agricultura.

Mendes Ribeiro (E) substitui Wagner Rossi (D) no Ministério da Agricultura do governo Dilma
Mendes Ribeiro (E) substitui Wagner Rossi (D) no Ministério da Agricultura do governo Dilma
Foto: Terra

"O deputado Mendes Ribeiro é homem de excelentes qualidades, que teve grande desempenho na Câmara dos Deputados, onde atualmente ocupa a liderança do governo no Congresso, cargo que desempenha com grande competência", afirmou Sarney à Agência Senado.

Mendes Ribeiro

Advogado de formação, o gaúcho Mendes Ribeiro Filho está em seu quinto mandato parlamentar consecutivo. Foi secretário de Estado das Obras Públicas, Saneamento e Habitação do Rio Grande do Sul e secretário Extraordinário para Assuntos da Casa Civil do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. É filiado ao PMDB desde 1985. Foi oficializado como o novo líder do governo no Congresso Nacional no dia 1º de julho.

A queda do ministro da Agricultura

Em decisão que surpreendeu a própria presidente Dilma Rousseff, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), pediu demissão no dia 17 de agosto de 2011, após uma série de denúncias contra sua pasta e órgãos ligados a ela. Em sua nota de despedida, ele alegou que deixava o cargo a pedido da família e afirmou que todas as acusações são falsas, tendo objetivos políticos como a destituição da aliança de apoio à presidente e ao vice, Michel Temer.

A revista Veja publicou, no final de julho, denúncias do ex-diretor financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) Oscar Jucá Neto de que um consórcio entre o PMDB e o PTB controlaria o Ministério da Agricultura para arrecadar dinheiro. O denunciante é irmão do senador Romero Jucá, líder do governo no Senado, e foi exonerado após denúncia da própria revista de que teria autorizado o pagamento de R$ 8 milhões a uma empresa "fantasma".

Outra reportagem afirmou que um lobista, Júlio Froés, atuaria dentro da pasta preparando editais, analisaria processos de licitação e cuidaria dos interesses de empresas que concorriam a verbas. Segundo a revista, o homem teria ligações com Rossi e com o então secretário-executivo do ministério, Milton Ortolan. Ambos negaram envolvimento, mas Ortolan pediu demissão em 6 agosto. Em seu lugar foi escolhido o assessor especial do ministro José Gerardo Fontelles, que acabou assumindo o lugar do próprio Rossi interinamente.

No dia 16 de agosto, o Correio Braziliense publicou reportagem que afirmava que Rossi e um filho sempre são vistos embarcando em um jato da empresa Ourofino Agronegócios. Conforme a publicação, o faturamento da Ourofino cresceu 81% depois que a empresa foi incluída como fornecedora de vacinas para a campanha contra a febre aftosa. O ministro admitiu que pegou "carona" algumas vezes na aeronave, mas negou favorecimento à empresa e disse que o processo para a companhia produzir o medicamento teve início em 2006, antes de ir para o ministério.

Contudo, a Comissão de Ética da Presidência anunciou que iria analisar a denúncia. Por fim, no dia em que Rossi decidiu pedir demissão, o ex-chefe da comissão de licitação da pasta Israel Leonardo Batista afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que Fróes lhe entregou um envelope com dinheiro depois da assinatura de contrato milionário da pasta com uma empresa que o lobista representava. A Polícia Federal instaurou um inquérito para tratar o caso.

Fonte: Terra
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