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Política

Campinas: sessão por impeachment começa sob protestos

18 ago 2011 - 10h48
(atualizado às 15h21)
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Rose Mary de Souza
Direto de Campinas

Os vereadores da Câmara Municipal de Campinas (SP) deram início, às 9h desta quinta-feira, à sessão extraordinária de votação do impeachment do prefeito Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio (PDT). Desde o começo da manhã de hoje, manifestantes estão acampados na praça em frente à Câmara à espera da conclusão da votação.

Ontem, os vereadores da Comissão Processante (CP) da Câmara concluíram o relatório final sobre as denúncias de corrupção envolvendo o Executivo municipal, no qual pedem o afastamento do prefeito. Como o processo que resultou no pedido de impeachment totaliza 1.649 páginas, a estimativa é de que a leitura do documento consuma ao menos dois dias de trabalhos. Mesmo assim, estudantes prometem acompanhar a sessão de votação e montam barracas em frente ao prédio da Casa.

Com esquema de segurança reforçado, a sessão começou com vários tipos de manifestações, principalmente do lado de fora do prédio da Câmara. Foi proibida a entrada de cartazes, apito, faixas no Plenário, sendo vedada até mesmo a possibilidade de se levar água ou comida para a sessão. Com isso, os protestos de manifestantes pró e contra impeachment se concentraram nas vias laterais da Câmara.

Foram isoladas as áreas de acesso aos vereadores e à tribuna. Um cordão formado por soldados da Guarda Municipal faz a segurança. Do lado de fora, a Policia Militar está de prontidão.

Durante a sessão, os vereadores concordaram em excluir da leitura do processo o trecho entre as páginas 611 e 1219, que compete ao Ministério Público.

Votação

Para afastar o prefeito do cargo serão necessários 22 votos, dois terços dos 33 vereadores da Câmara. Se o prefeito for afastado, o cargo pode ser ocupado pelo vice-prefeito Demétrio Vilagra (PT), caso não haja nenhum impedimento legal, já que Vilagra é acusado de envolvimento no esquema de corrupção. Se ele não puder assumir, o presidente da Câmara ocupa a vaga até o juiz eleitoral marcar novas eleições para a prefeitura na cidade.

A CP se baseou em denúncias do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, que apontou a existência de uma rede de corrupção entre os membros do primeiro escalão da prefeitura.

A investigação prossegue, e os 22 envolvidos estão arrolados em processo conduzido pela 3ª Vara Criminal. O vice-prefeito, a ex-chefe de gabinete e primeira-dama da cidade, ex-secretários municipais, empresários e lobistas tiveram mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça.

Manifestantes montaram barracas em frente à Câmara de Campinas
Manifestantes montaram barracas em frente à Câmara de Campinas
Foto: Rose Mary de Souza / Especial para Terra
Fonte: Especial para Terra
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