PUBLICIDADE

Polícia

Zara diz que revisará condições trabalhistas de seus fornecedores

18 ago 2011 - 09h51
(atualizado às 17h00)
Compartilhar

O grupo Inditex, proprietário da marca Zara, vai revisar em colaboração com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) o sistema de produção de seus fornecedores no País para garantir que não haja exploração dos funcionários, afirmou nesta quinta-feira a companhia espanhola. Ao todo, as autoridades brasileiras emitiram 52 autos de infração contra duas subcontratadas que produzem roupas e fornecem para a Inditex no Brasil, onde as costureiras trabalhariam em condições de escravidão.

Em inspeção realizada em duas oficinas que fabricam roupa para a empresa AHA, que fornece 90% de sua produção à empresa espanhola, autoridades brasileiras trabalhadores em situação análoga a de escravidão. Nos ateliês, que também serviam de moradia, havia pelo menos 15 costureiras - sendo uma adolescente - que recebiam salários entre R$ 246 e R$ 458 por jornada de trabalho superior a 12 horas.

"Esse caso representa uma grave infração ao Código de Conduta para Fabricantes e oficinas externas da Inditex, que esse fabricante havia assumido contratualmente", afirmou a multinacional têxtil, que disse que o código estipula a máxima proteção aos direitos dos trabalhadores. A companhia espanhola exigiu também ao fornecedor responsável pela subcontratação irregular que corrija a situação imediatamente.

O fornecedor assumiu as compensações econômicas aos trabalhadores e vai corrigir as condições trabalhistas de sua terceirizada "para situá-las ao nível no qual estão as instalações auditadas e aprovadas pelas inspeções correspondentes da Inditex". A espanhola conta no Brasil com cerca de 50 fornecedores estáveis que somam mais de 7 mil empregos e, conforme a companhia, seu sistema de auditoria social permite assegurar que as condições de trabalho na cadeia de produção têm "um nível geral ótimo".

O grupo Inditex, proprietário de marcas como Zara, Massimo Dutti e Pull & Bear, tem presença em 78 mercados de cinco continentes, com mais de 5,2 mil lojas. No ano passado, foram abertas as primeiras lojas do grupo na Bulgária, Índia e Cazaquistão e, em 2011, entrou na Austrália. A previsão é que antes do final do ano, a multinacional estabelecida na região espanhola da Galícia (norte) entre na África do Sul, Taiwan e Peru. Em 21 de junho, a Inditex se transformou no primeiro grupo têxtil do mundo depois da capitalização na bolsa, ao alcançar os US$ 38,5 bilhões, superando o grupo sueco H&M.

EFE   
Compartilhar
Publicidade